Um fato verídico que aconteceu em Pernambuco, e até hoje lembrado. A vitória do “gaguinho” em Palmares, importante cidade da zona da mata sul do Estado.
Nos últimos
dias de campanha para as eleições do dia 30 de outubro 1976, o candidato da Arena na cidade renuncia.
Alvoroço total. O governador era Moura Cavalcante, que, aflito, foi
pessoalmente à cidade. Reuniu os correligionários:
- Quem
devemos indicar para a Prefeitura? Quem é o mais popular na cidade?
- O
Gaguinho! Lembrado por unanimidade.
-É da
Arena?
-É, mas
o problema é que é gago demais, não fala nada.
-Não tem
problema, prefeito não precisa falar, precisa fazer, precisa agir. Tá
resolvido, o gago será o candidato da Arena.
E haja
comício e o gaguinho lá de cima do palanque acenando para o povo e fazendo o V
da vitória. Ganhou sem dizer uma palavra.
O SENADOR BIÔNICO
General
Figueiredo era o presidente, foi a Recife e organizaram um jantar em sua
homenagem. Começaram os contatos para os convites. Alguém ligou para a casa do senador Aderbal Jurema:
- É da
casa do senador biônico Aderbal Jurema?
A empregada
que atendeu responde:
-
Respeite o senador. Aqui é uma casa de família. E desligou.
FALTA DE AR
Quando Cordeiro
de Farias governava Pernambuco, recebeu a visita do coronel Joca Maranhão,
chefe político de Aliança na zona da mata norte. Foi pedir a saída do juiz de Direito.
- Ele
não pode continuar lá general. É um “desmantelado”, tem todo tipo de falta,
bebe muito, é mulherengo, corrupto, venal, preguiçoso.
- Ele
tem todas essas faltas mesmo, coronel?
- Tem
general. Tem tudo que é falta. De falta mesmo ele só não tem falta de ar.
CADÊ O MEU VOTO?
Eleições
de 1978. Tinham acabado de apurar as urnas de Ipubi, alto sertão de Pernambuco,
quase chegando no Piauí. Felipe Coelho, era deputado estadual pela Arena, dono
absoluto dos votos daquele curral eleitoral. Para amenizar, deixou passar dois
votos para Carlos Caribé, também da Arena.
O MDB
não teve nenhum voto. Aliás, teve muitos, sobretudo para Hugo Martins. Mas a
máquina de Felipe Coelho estava lubrificada como nunca. Mapeou todos. Na hora
de assinar a ata, o juiz eleitoral gritou:
- Cadê
meu voto? O que eu dei para Alan Gadelha, do MDB? meu sobrinho? Votei nele e
até meu voto vocês levaram? Quero o meu voto na ata.
Refizeram
o mapa e a ata. Voto de juiz é como um
terço de padre: quem rouba vai para o inferno.