domingo, 28 de fevereiro de 2021

UM CENTÍMETRO FAZ A DIFERENÇA

 Brasileiro não veio para explicar e sim, para confundir:

O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que passa a valer em 12 de abril, determina mudanças importantes na Lei da Cadeirinha para o transporte de crianças no carro. De acordo com o novo texto do CTB, a Lei da Cadeirinha aumenta de sete para 10 anos a idade de crianças que devem ser transportadas obrigatoriamente com o uso do utensílio.

A exceção são as crianças que já atingiram altura de 1m45cm antes dos 10 anos. (altura acima dessa, um centímetro  é um infrator). Como o guarda vai medir com certeza absoluta essa diferença?

Dúvidas surgidas antes da aprovação:

O condutor deveria conduzir no veículo (obrigatoriamente, claro) uma fita métrica de precisão? Um atestado juramentado de medico pediatra que a criança tem a altura limite? E outras baboseiras que não vale a pena citar.

Nesses casos, segundo o novo CTB, a Lei da Cadeirinha determina que elas podem ser transportadas no banco traseiro do veículo com o cinto de segurança do automóvel. Quem for flagrado descumprindo a regra estará sujeito a multa de R$ 293,47 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), considerada infração gravíssima. Um centímetro !!!

As cadeirinhas infantis são usadas porque os cintos de segurança dos carros são projetados para adultos e não protegem adequadamente quem tem menos de 1m45cm. Elas também são mais eficazes do que o cinto. Enquanto ele evita metade das mortes, as cadeirinhas podem alcançar um índice de até 90%, dependendo do tipo. Que tipo?


 

sábado, 27 de fevereiro de 2021

JOÃO O EVANGELISTA

 Dos discípulos de Jesus foi o único que não morreu martirizado. Nem por isso deixou de sofrer a terrível tortura de ser queimado com azeite quente. No tempo do imperador romano Domiciano (de 81 a 96 d. C.). Havia sido preso e enviado para Roma. Jogado num tanque de azeite fervente, escapou milagrosamente sendo enviado à ilha de Patmos, no mar Egeu, na costa da atual Turquia, para morrer por lá. Ali permaneceu por cerca de um ano. Com o assassinato do abominável Domiciano, em 96, regressou a Éfeso para escrever o Apocalipse (ou a Revelação) que ele criara quando estava em Patmos. Segundo alguns estudiosos, além do Apocalipse, ele escreveu em Éfeso, um evangelho e três epístolas. Morreu com mais de 100 anos da nossa era.

Era filho de Zebedeu e irmão de Tiago, o Maior, João não se intimou diante dos soldados de Pilatos, e permanecendo ao pé da cruz do enquanto os demais discípulos procuravam se esconder.

Naquela ocasião, Jesus pediu a João que cuidasse de sua mãe, que ali se encontrava ao lado de outras mulheres. Maria Madalena, Maria de Cleofas, (irmã de Maria, portanto, tia de Jesus, e  mãe de Judas Tadeu). Olhando para sua mãe disse o Redentor: “Mulher eis até o seu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe”. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa (Jo 19:27).

Conta a tradição que o amado discípulo de Jesus evangelizou os efésios (habitantes de Éfeso) hoje território turco que na época pertencia ao Império Romano. Para lá levou também a mãe do Salvador, Maria, que por cerca de 21 anos viveu sob os seus cuidados, até a sua morte em 54 d.C. quando visitou Jerusalém.

(conforme leituras diversas e principalmente “A Vida Cotidiana de Jesus dos 13 aos 30 anos na Galiléia, versão aproximada dos fatos”, obra do respeitado historiador cearense Jeovah Mendes – Gráfica/Editora Imprece – Fortaleza CE -2019).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

NOTÍCIAS DE CHUVAS

Como todo bom sertanejo, estando perto ou longe do sertão, as notícias das chuvas são sempre bem recebidas com ansiedade. Assim é o dia a dia do nosso deputado estadual Vivaldo Silvino da Costa, que abriu os olhos para o mundo – como os demais irmãos - no pé da serra de São Bernardo. Pois bem: antigamente em Pernambuco outro homem público, Agamenon Magalhães, (Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães foi deputado federal, interventor, governador, ministro etc.) nascido em 1893 na sequidão e nos carrascais de Serra Talhada, a antiga Vila Bela no vale do Pajeú. Nada era mais agradável aos seus ouvidos do que receber notícias de trovoadas e das chuvas.


Quando era interventor em Pernambuco na ditadura de Vargas, recebeu um telegrama de um correligionário prefeito do sertão do São Francisco.

- Chove copiosamente em toda nossa região. Graças à profícua administração de V. Exa.

Foi destituído do cargo por Agamenon logo em seguida.

 

CONSELHOS VALIOSOS DE AGAMENON

Antônio Balbino pensava e planejava governar a sua terra a Bahia. (governou de1955 a1959). Ninguém melhor do que seu amigo Agamenon Magalhães para transmitir-lhe valiosas lições. Qual a receita para se fazer uma boa administração? Ouviu:

- No começo do governo preocupe-se com você mesmo: com o seu programa de governo e as formas de executá-lo; No meio do governo preocupe-se com os inimigos: com o que eles dizem, o que falam, para corrigir os erros; No fim do governo, preocupe-se com os seus amigos, com o que eles quiserem, para que não levem você a sair do governo deixando uma má impressão.

 

AGAMENON X CLEOFAS

João Cleofas de Oliveira, engenheiro e usineiro de cana de açúcar, que os adversários apelidavam de “João Três Quedas”, por ter sido derrotado sucessivamente em três eleições, num delas, disputava com Agamenon o governo de Pernambuco. Encontraram-se casualmente. Cleofas estava certo da vitória.

- Desta vez você não me escapa vou vencê-lo!

- Não vai me derrotar, nem agora nem nunca, jamais ganhará para mim - respondeu Agamenon.

- Por quê?

- Porque você tem usina. Passa 2/3 do tempo pensando nelas. 1/3 pensando em política. Eu penso em política 24 horas do dia, até dormindo. Não perdeu mesmo.

           Arquivo Senado Federal

ENGENHEIRO OU USINEIRO

Ainda sobre as eleições de 1050 em Pernambuco, conta-se esse episódio. O sociólogo Gilberto Freyre mandou chamar João Cleofas, o candidato da UDN, seu amigo, para uma conversa e aconselha-lo de como  conduzir a campanha contra Agamenon, o candidato do PSD.

- Para derrotar o adversário você não pode fazer a campanha dizendo que é usineiro, vai perder. Diga que é engenheiro com o de fato você é.

A partir de então, toda peça publicitária falava de “Cleofas o engenheiro”.

Os amigos de Agamenon Magalhães, encheram Pernambuco com um panfleto:

Cleofas diz que é engenheiro porque tem medo e vergonha de dizer que é usineiro, e nem é usineiro em Pernambuco, mas Campos, Estado do Rio, para não dar emprego aos pernambucanos.

Usineiro ou engenheiro, Cleofas perdeu e desabafou:

- Em Pernambuco, é melhor ser batedor de carteira do que usineiro.

 A ÚLTIMA:

Cleofas foi candidato pela última vez, já beirando os 80 anos e uma saúde ferro. Era senador pela ARENA e não voltou porque perdeu as eleições desta vez para o fenômeno de votos chamado Marcos Freire, em 1974.

Havia voltado da Romênia (Bucareste), onde foi testar os milagres da famosa geriatra Dra. Aslan. Chegou encantado. Encontrou o prefeito de Caruaru, Draiton Neijaim.

- Draiton vou ficar novo de novo. A doutora é realmente uma maravilha. O método é em três etapas. A gente segue à risca a primeira receita. Volta lá e vem com outra. E depois da terceira dieta, seis meses depois, a gente já está novo. Novinho, uma criança. Vou ficar menino de novo, seu Draiton.

Draiton ficou calado, pensativo.

- Cleofas notou o semblante do amigo:

- O que houve Draiton? Por que vc ficou assim, preocupado?

- Estou preocupado sim, é com medo de que o senhor pode pegar uma paralisia infantil.

 

 

  

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A DIÁSPORA VENEZUELANA

 Acabo de receber um texto de autoria do renomado jornalista e escritor OscarBattaglini, (*) de Caracas, cuja análise retrata bem o drama vivido pelos seus compatriotas venezuelanos diante dessa crise política e social, que parecenunca terminar no país vizinho. Este é apenas um trecho do que foi publicado no jornal La Razón, sob o título “Las implicaciones de la Diáspora Venezuelana”. 

(*) Oscar Battaglini é historiador, professor da Universidade Central da Venezuela, fundador do partido Liga Socialista e ex-reitor do Conselho Nacional Eleitoral. Autyor os livros “Legitimação do Poder e Luta Política na Venezuela” e “Medinisamo, Modernização, Crise e Política e Golpe de Estado”. https://www.larazon.net/category/oscar-battaglini/

“O fluxo migratório de venezuelanos que continuam saindo do país não parou, razão pela qual organizações nacionais e internacionais concordam que até o final deste ano terá atingido no máximo entre sete ou oito milhões de migrantes. Esta foi uma das consequências mais graves da catástrofe provocada pelo Chávezmadurismo em nosso país. A destruição a que foi submetida a nossa sociedade no domínio da economia
(da produção em geral, salários e pensões, emprego e segurança social, etc.) e dos serviços públicos (saúde, educação, água, eletricidade, gasolina, transportes, etc).


Em suma, a destruição das condições de vida da população venezuelana é o que obrigou mais de seis milhões de venezuelanos a deixar o país,
fugindo do pesadelo que este governo representa; da falta de oportunidades, da opressão social e política; de fome, miséria e
extermínio; fugindo, em suma, do desamparo mais absoluto a que os
venezuelanos foram submetidos pela barbárie que prevaleceu por mais
de duas décadas. Continua na página PERISCÓPIO.

A IMPORTÂNCIA DO ZERO

 Que o zero foi inventado na Índia e é a base de nosso sistema decimal, pouca gente já se deu conta disso. Na realidade esse número, que pode significar quantidade nenhuma, pode nos dar uma lição de prosperidade pela união. Você já pensou que sem ele teríamos somente número de 1 até 9 em nosso sistema?

Unindo o zero à direita do número 1 temos 10, e ao 9, temos 90. Se unirmos indefinidamente mais zeros ao 1, temos uma quantidade infinitamente maior. Você já tinha pensado na importância do zero?.

E quando falta mais um zero no nosso ordenado? Isso já foi tema e inspiração para um velho sucesso da nossa música popular. Gravada por Francisco Alves, o (Chico Viola), o “Rei da Voz”. Samba da dupla Ari Barroso e Benedito Lacerda, gravação de 1951. Décadas depois foi regravada por Jardes Macalé, para provar que o tema continua atual . “FALTA UM ZERO NO MEU ORDENADO”. Vamos ouvir?



terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

ESTADOS UNIDOS x BILLIE HOLIDAY

Aguardado com muita expectativa o filme biográfico dirigido por Lee Daniels, baseado no livro Chasing the Scream: Os Primeiros e Últimos Dias da Guerra às Drogas, de Johann Hari. Andra Day estrela o papel-título de Billie Holiday, junto com Trevante Rhodes, Natasha Lyonne e Garrett Hedlund. Billie Holiday é uma jovem criada em um bairro pobre dos Estados Unidos que tem um sonho: se tornar uma das vozes mais importantes na cena jazz e pop.

Por trinta anos, Holiday conseguiu se tornar o que ela desejava,criando canções como God Bless the Child, What a Little Moonlight Can Do ou Strange Fruit. No entanto, a vida da cantora ameaçou ruir devido ao seu vício em álcool e drogas.

A previsão  de lançamento da Empire Star, está marcado nos cinemas para este próximo dia 26 de fevereiro pela Paramount Pictures. As filmagens começaram em 6 de outubro de 2019 em Montreal, Canadá. Estados Unidos  x Billie Holiday se concentra fortemente nos eventos que cercam a prisão da cantora de jazz por narcóticos em sua casa na cidade de Nova York em 1947, enquanto examina sua luta contra o vício, a fama e o desgosto. Mostra como Holiday foi atacado pelo Departamento Federal de Narcóticos com uma operação policial comandada pelo agente Jimmy Fletcher, interpretado por Trevante Rhodes, que teve um caso com a cantora.



COISAS DE ANTIGAMENTE

 Washington Luís, passou 15 anos no exílio. Apeado do poder  pela Revolução em 1930. Ao retornar foi direto para São Paulo. Nem no Rio nem em são Paulo quis falar à imprensa. José Carlos Pereira de Souza, do Correio Paulistano, não se conformou:

- Presidente, não nos deixe frustrados. Diga ao menos uma coisa. Por exemplo: qual a diferença entre o passado e o presente?

- Muito simples. Antigamente faziam-se  eleições desonestas para eleger homens honestos. Hoje se faz eleições honestas para escolher desonestos.

Levantou-se e saiu.


CORONÉIS DA POLítica

Em 1932  na Revolução Constitucionalista de São Paulo, o coronel Alonso Dantas Pereira, chefe político Amparo (SP), alistou-se como soldado. E foi para a linha de frente.

A cidade, ansiosa, esperava notícias e nada. Uma semana, outra, e nenhuma notícia do coronel. Até que um dia chegou um telegrama na cidade.

- “Coronel  Alonso, por ato de bravura em combate foi promovido a cabo – assinado General Euclides de Figueiredo”.

 

AMARRADO 
Carvalho Pinto, que foi professor de Ciências das Finanças,  governador, senador, ministro e outras coisas mais, era um católico fervoroso. Ir à missa aos domingos era sagrado.  Mas, no fim da missa, na hora da coleta, - contribuição para manutenção da igreja -  ele saía de fininho. Veio o Concílio Vaticano II e reconheceu a validade da assistência à missa pela televisão. Resolveu o problema do professor.  Todo domingo, em frente à TV, estava ele cumprindo seu dever de cristão. Mesmo assim, na hora da coleta, não suportava. Trocava de canal.

Curiosamente a mãe se chamava Virgília Rodrigues Alves Carvalho Pinto, e o pai Virgílio de Carvalho Pinto. Portanto, sobrinho neto do presidente da República, Rodrigues Alves (1902 – 1906).

 

PASSARINHO É UMA COISA SABIÁ  É OUTRA 

José Lurtz Sabiá, o cearense que se elegeu deputado estadual e depois federal, por São Paulo.  Em 1966, elegeu-se para a Câmara Federal com o slogan: “ Ajude o Sabiá a voar para Brasília”.

Eleito, em 1967 numa sessão conjunta do Congresso, um funcionário entrega uns documentos. Lê, chama o funcionário:

 - Meu filho, esses documentos pertencem ao senador Jarbas Passarinho.

 - Desculpe, como V. Exa. é Sabiá, eu pensei que era a mesma coisa, pois  tudo voa. -(Conforme  o Folclore Político de S. Nery)

 

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

DEMOCRACIA E CIDADANIA

 São cinco os princípios da democracia, são cinco e juntos totalmente suficientes. Cada um em separado já é uma revolução. Pensar a liberdade, o que acontece em sua falta e o que se pode fazer com sua presença. A igualdade, o direito de absolutamente todos e a luta sem fim para que seja realidade. E assim o poder da solidariedade, a riqueza da diversidade e a força da participação. E quanta mudança ocorre por meio deles. Se cada um em separado quase daria para transformar o mundo, imagine todos eles juntos. O desafio de juntar diversidade com igualdade, de temperar com solidariedade conseguida pela participação. Essa é a questão da democracia, a simultaneidade na realização concreta dos cinco princípios, meta sempre irrealizável e ao mesmo tempo possível de se tentar a cada passo, em cada relação, em cada aspecto da vida. (...)

                           Foto de arquivo
Cidadania e democracia se fundam em princípios éticos e, por isso, tem o infinito como eu limite. Não existe  o limite para a solidariedade, a liberdade e a igualdade, participação e diversidade....A democracia é uma obra inesgotável.(Do sociólogo Herbert de Souza – Betinho).

 EM TEMPOS DE CAMPANHA DA FRATERNIDADE

Tolerar a existência do outro e permitir que ele pense diferente, seja diferente, ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade mas de superioridade de um sobre o outro. Deveríamos  criar uma relação entre pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância.  (“Geração da paz - Um mundo em conflito e violência”.  - José Saramago)

                           Foto Jornal do Comércio

 

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O COVID NÃO DÁ DIREITO A “INCELÊNCIA”

 “(...) Uma incelência pra ele

Desce um anjo do céu vem lhe ver

Espere aí meu anjo do senhor

Que eu vou pro céu mais você”...

É costume e tradição desde os tempos idos a prática de se promover as chamadas “incelências”, uma espécie de homenagem póstuma para os que se vão para o outro lado. No sul de Pernambuco, na zona da mata canavieira, é costume – pelo menos era – cantar as ladainhas no “quarto do defunto”. Quando morria um morador de algum engenho, os parentes se dirigiam ao delegado da cidade para pedir permissão e a devida licença para realizar a “incelência”. Providenciado o caixão, e uma roupa decente para o defunto, (com algum dinheiro um retratista para documentar a cena: a família em volta do defunto já estirado no caixão). O passo seguinte do ritual ir a bodega do engenho comprar garrafas de aguardente, bolacha e velas. Tudo arrumado, em volta do caixão, passam a noite toda cantando “benditos”, ladainhas e ofícios, tomando cachaça e comendo bolachas, acompanhando o “tirador dos cânticos”, naturalmente uma pessoa que sabe ler.

Aqui e acolá  nos intervalos  surge um gaiato que torna o quarto menos pesado, contando anedotas ou episódios vividos pelo defunto ou outros finados conhecidos. Outros relembram velhas histórias dos que morreram e depois “enviveceram”.  Ou a história de um “corpo santo” um  que foi enterrado  num local e tempos depois seus restos mortais não estavam mais lá, e sim, a metros de distância.

                  Cena do filme "Dilema de Carpideira"

Nesse cenário a viúva nem tem tempo de chorar. Passa a noite servindo a uns e outros, e, às vezes se esquece até do finado.

Não sabemos por que motivo ficou tão arraigado no espírito do nosso povo interiorano esse ritual de cantos. Não sabemos a origem do tal “quarto de defunto”. E o que falar das  Carpideiras”?  quem sabe a origem? grupos de mulheres piedosas - que mediante contrato - vão  rezar os terços e encomendar os defuntos vertendo lágrimas com  choros e lamentos em voz alta. Uns afirmam que há registros delas desde a Idade Média. Uma tradição que ainda resiste ao tempo em Juazeiro do Norte e em várias regiões do Nordeste.

Bendito e louvado seja

A luz que mais alumeia

Valei-me, meu padim Cíço

E a mãe de Deus das Candeia

Ô que caminho tão longe

E cheio de tanto arrodeio

Os romeiros vem chegando

E é noite de lua cheia

Os anjos cantam no céu e no mar

Canta a sereia

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

O Bico do Papagaio

Todos os anos, vou visitar meu filho José Júnior, em Canaã dos Carajás, onde trabalha e reside. Fica próxima a próspera cidade de Parauapebas. Antes dela, temos Curionópolis, (do Majó Curió, pertinho de Serra Pelada) e Eldorado dos Carajás. A mais recente viagem foi em fevereiro de 2020.  (Já se falava dos riscos da pandemia, mas ninguém deu importância. O carnaval abriu as portas para os turistas e a Covid-19 de uma só vez, pelos portos e aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Fortaleza principalmente).

Pego o volante do carro e me mando de Patos, passando pelo Ceará e entrando no Piauí, por Picos, Oeiras, Barão de Grajaú, entro no sul do Maranhão, Balsas, Carolina e mais adiante Estreito. Cruzo o rio Tocantins, e entro na região do Bico do Papagaio, com o cuidado redobrado de não sair da BR 230, - tal transamazônica que começa em João Pessoa e termina no fim do mundo -. Existem algumas bifurcações sem sinalização. Trecho do Tocantins. Mais adiante, as cidades de São Raimundo, Nazaré, uma reserva indígena, até chegar à entrada de Araguatins, já na margem do rio Araguaia. (após a grande ponte sobre o rio, até meados de 2019 havia uns 15 km aproximados de terra, para se chegar a Marabá). Era um inferno o atoleiro no período de chuvas. Há mais de 20 anos prometiam pavimentar. Em meados de 2019, vi uma reportagem na TV mostrando o repetido drama dos caminhoneiros com seus gigantes atolados.

Na ocasião o atual ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, prometia aos motoristas que se até o final de 2019 o trecho não estivesse asfaltado, renunciaria ao cargo. Prometeu e cumpriu com a palavra, fez a obra tão esperada.

Um percurso de 15 km que se fazia em várias horas passou
 a ser feito em poucos minutos. O sonho virou realidade.

O Bico do Papagaio É justamente nesse trecho da viagem que – enquanto dirijo – sempre me vem à lembrança os episódios marcantes da história recente do país. Dezenas de vidas jovens, perdidas e ceifadas que optaram pela luta armada contra o regime militar. Que deixaram para trás seus familiares e se embrenharam naqueles ermos, promovendo a tal “Guerrilha do Araguaia”. Muitos foram poucos voltaram. Falaremos a respeito brevemente.

 

 

SÃO VIVALDO

Foi um ermitão da Terceira Ordem (1250-1320) e o seu culto foi aprovado por São Pio X, no dia 13 de fevereiro e 1908, completando hoje 113 anos. Vivaldo (o nome é uma variante de Ubaldo). Nasceu em São Geminiano. Veio e uma família nobre de Stricchi, dentro da qual, de acordo com o historiador Frei Mariano de Florença, Vivaldo nasceu e cresceu piedosamente e devotadamente na fé. Fol discípulo do beato Bartolo São Gemininano, do qual se faria imitador de suas santas virtudes heroicas. Bem-aventurado Bartolo tinha 52 anos quando, em 1280, foi atacado por lepra. Teve que desistir da paróquia e ser confinado no leprosário de Cellole, perto e São Gemininano.

    Convento e Santuário de São Vivaldo



Vivaldo decidiu acompanhar o mestre oferecendo conforto e ajuda na doença. Assim, começou seu apostolado de caridade não só para o santo padre, mas também para os outros leprosos. O heroico enfermeiro com a fé admirável, no lugar de miséria e dor da colônia de leprosos, tornou-se um anjo  e consolação, dedicando-se com grande devoção a ajudar o seu mestre e os outros doentes. Durante 20 anos, o discípulo esteve ao lado dos pacientes e aos 72 anos o beato Bartolo voou para o céu em meio a muita dor.

Vivaldo, em seguida, amadureceu seu plano de se retirar para o eremitério de Boscotondo de Camporena. Ele tomou o hábito franciscano terciário e retirou-se para um lugar solitário. Desde então, o mundo não o veria mais e seria esquecido por todos. 

Depois de 20 anos, a morte revelará uma nova vida, imutável e imortal, cheio de glória e de luz. Sua morte foi calma e serena. Consumido pelas penitências, calmamente exalou o seu espírito. Na terra caiu o seu corpo como um precioso dom e fonte de graças. O ano era 1320 e ele tinha 70 anos de idade. Na sua morte, os sinos de Montaione badalaram. Em devoto cortejo, cantando hinos e salmos ao som de hinos alegres, os habitantes da região se dirigiram para o eremitério onde encontraram o corpo sem vida do ermitão com as mãos em atitude de oração e pressionando o crucifixo. 

Foi transportado nos ombros para Montaione entre hinos e invocações. Seu corpo foi sepultado na igreja local e venerado com culto público pelos habitantes de Montaione e arredores. Próximo de seu eremitério, no século XVI, os frades construíram um convento. (está localizado na região da Toscana. O Mosteiro de São Vivaldo atualmente é um complexo de conventos, igrejas e santuários católicos).

Do livro “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.

 

 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O BRASIL NÃO TEM POVO APENAS PÚBLICO

O Brasil não tem povo, apenas público. Povo luta por seus direitos. Público só assiste de camarote.” (Lima Barreto 13/05/1881– 01/11/1922).

 ...”De fato, como dizia Lima Barreto, povo só é povo quando luta por seus direitos. Quando não o faz, o povo se transfigura em público, a assistir ao desenrolar da trama que conduz o país de camarote, ou da torrinha mais simplória e desprezível. Pode, no máximo, aplaudir ou vaiar.”  

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A SABEDORIA DE JOSÉ AMÉRICO

Já publicamos vários episódios vividos e contados, do grande nordestino paraibano, José Américo de Almeida. Em  vida, chegou a afirmar que muita coisa  dita e escrita sobre ele era verdade, e outras, eram lendas. É vasto e distante o horizonte, o limite, do que é verdade e o que não é.

Disse há alguns anos:

- “a melhor nota da minha professora foi essa: Nunca mentiu.

Saudando-a  ultimamente, nunca festa que lhe fizeram, eu lhe disse: - Minha querida professora, continue a ter confiança em mim, porque só mentirei um dia quando for necessário. Como fazem os santos”.

 

Então, na dúvida, vamos nos deter naquelas que ele não contestou, conforme o jornalista Sebastião Nery contou que o fato ocorreu mais ou menos assim:

“ – Eram as bodas de ouro de Severino Teixeira, chefe político de Areia, berço de José Américo que estava lá, na festa. E muitos outros políticos do Estado também, João Agripino também. Começaram a beber vinho. Muito frio, o vinho chegando. E foram bebendo, bebendo. (“O João Agripino estava querendo me desbancar, eu aguentei firme, para vencê-lo no copo”, contou depois  José Américo).

Daí a pouco João Agripino fica eufórico, levanta-se, faz um discurso saudando Severino Teixeira. Empolga-se, abraça-o, dá-lhe dois beijos no rosto.

Lourdinha, a secretária de José Américo, fica preocupada com tanto vinho:

- Doutor José Américo o senhor está se sentindo bem?

- Muito bem. Melhor do que João Agripino que já está beijando homem e eu ainda não beijei nem mulher’.


Era a posse dele na Academia Brasileira de Letras, Austragésilo de Athaíde ( “o caboclo” de Chateaubriand), abraça-o.

- Ministro, o senhor está moço, jovem, com saúde. Qual o segredo?

- Viver longe do governo e não aguardar gratidão


“Sumitério e Suminário”

Quando era governador foi inaugurar obras em Antenor Navarro. A cidade estava em festa, vestida de bandeirolas, banda de música, o povo espiando.

O prefeito chama José Américo:

-Governador, está na hora de inaugurar o sumitério.

Não é sumitério, Alexandre. Diga Cemitério!

-Isso é para o senhor que estudou em suminário.


Filosofia de José Américo:

-“ Paraibano não bate palma no meio do governo. Paraibano só bate palma no começo e no fim. No começo de esperança. No fim de pena”.

 

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

O ROYAL CINEMA DO MAESTRO DOS SERTÕES

 Vamos homenagear, hoje, a pessoa de Tonheca Dantas, ou Antônio Pedro Dantas, que nasceu em 13 de junho de 1871, em Carnaúba dos Dantas. Faleceu no dia 7 de fevereiro de 1940. Hoje, 81 anos de sua partida.

Aprendeu elementos básicos de teoria musical com o irmão José Venâncio. Primo de Felinto Lúcio Dantas. Em 1898 mudou-se para a cidade de Natal, onde tornou-se regente da Banda de Música do Batalhão de Segurança da Polícia Militar..

Não teve um aprendizado musical sistemático, tendo aprendido ainda criança a tocar diversos instrumentos, principalmente de sopro. Dedicou sua vida à música. Fazia apresentações  de suas obras em bandas do interior e em conjuntos sertanejos. Em 1903 mudou para Belém do Pará onde foi contratado pela Banda de Música do Corpo de Bombeiros. Em 1910 foi para a Paraíba onde regeu as bandas de música das cidades de Alagoa Grande e Alagoa Nova.

 Crédito: arquivo da Tribuna do Norte – RN

Em 1911 retornou em definitivo para Natal onde passou a integrar a Banda de Música da Polícia Militar. Foi também compositor de grande produção, tendo deixado um vasto legado de cerca de mil composições. Suas composições eram valsas na grande maioria, mas também compôs maxixes, dobrados, hinos, xotes e polcas. Uma de suas valsas mais conhecidas é "Royal cinema", composta em 1913, há 108 anos, que foi executada diversas vezes pela orquestra da Rádio BBC de Londres durante a Segunda Guerra Mundial. Esta valsa, juntamente com "A desfolhar saudades", foram gravadas pela Banda de Música do 14º Regimento de Infantaria da Paraíba. Teve ainda músicas gravadas por Ivanildo do Sax de Ouro, Zé de Elias, Quarteto de Cordas da UFRN e Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte. Em 1983, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte editou o LP "Tonheca Dantas - Royal Cinema - Banda de Música do Catre - Regência: Tem. Moisés da Paixão" dentro do Projeto Memória/UFRN. Neste disco foram interpretadas suas obras "Royal Cinema", "Delírio", "Lúcia Pires Lemos", "A Desfolhar Saudades", "Melodia do Bosque" e "José Paulino". Foi homenageado bisneto Antônio José Madureira com a "Suíte retreta", gravada no disco "Romançal", pelo Quarteto Romançal em 1997. Recebeu também homenagem do governo do Estado do Rio Grande do Norte com a inauguração da Sala Tonheca Dantas no Teatro Alberto Maranhão.

Valsa do Cinema Royal (Waltz of Royal Movie Theater), ou Royal Cinema Valsa do Cinema Royal (Waltz of Royal Movie Theater). Assim como o Odeon, do Rio de Janeiro, o Cinema Royal, de Natal, também tinha piano e uma música erudita feita sob encomenda para animar os intervalos.

 

 


sábado, 6 de fevereiro de 2021

SINAL DOS TEMPOS

 Li no blog de Suébster Neri de Caicó-RN, a seguinte notícia:

-“Pela primeira vez, o papa Francisco escolheu uma mulher como subsecretária do Sínodo dos Bispos, a freira francesa Nathalie Becquart, que será acompanhada no cargo pelo padre espanhol da Ordem de Santo Agostinho Luis Marín de San Martín.

Nascida em Fontainebleau (França) em 1969, a freira, que já era consultora da Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos desde 2019, é a primeira mulher nessa posição, um sinal de que o papa quer maior participação de mulheres na vida da Igreja.

Em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Mario Grech, explicou que “nos últimos sínodos aumentou o número de mulheres que participaram como peritas ou auditoras e com a nomeação da irmã Nathalie Becquart e da sua possibilidade de participar com direito de voto, foi aberta uma porta”.


SINAL DOS TEMPOS?

Pois bem. É pouco, mas já é alguma coisa. Discretamente elas vão conseguindo posições mais relevantes na hierarquia da Igreja. Após a leitura, fiquei matutando comigo mesmo, o quanto a Igreja ainda tem de dívida não liquidada com relação a participação feminina em sua caminhada.

Há quase 50 anos, mais precisamente em 1972, a Organização das Nações Unidas, -ONU estabeleceu aquele, como o Ano Internacional da Mulher. O mundo não falou de outra coisa. A promoção da mulher. A Igreja católica não ficou alheia e indiferente a este acontecimento. Ouviram-se vozes que se levantaram em favor da promoção e da dimensão feminina em seus quadros. De lá para cá pouca coisa mudou na história da Igreja, com relação a participação feminina. 

Quem primeiro levantou a mão?

No ambiente e nos costumes mais elementares e radicais do rabinismo e a alvidez farisaica, que desprezava a mulher, quem primeiro, senão Jesus, a levantar a mão e admitir entre os seus discípulos a presença feminina?  -  Lucas escreve:

- “Lhe acompanhavam os doze e  algumas mulheres” – E foram elas, as únicas que o acompanharam até o seu último sacrifício, mostrando o seu amor maternal àquele que dava a vida generosamente por todos os homens. Mais ainda. Elas, Madalena e suas companheiras, as primeiras apóstolas e testemunhas do anúncio pascal. Não apenas naquela manhã da Ressurreição, mas ainda ao longo da história do cristianismo, a mulher mostrou-se mais sensível e receptiva aos acontecimentos e manifestações religiosas. Enfim, a mulher se identificou muito bem com a mensagem do Evangelho.

A História comprova que a participação da ação da mulher na expansão da fé cristã foi relevante na igreja primitiva dos primeiros tempos. Nos tempos de Plínio, Justiniano, Trajano e outros.  Mas, depois a coisa mudou de figura.


Será que continuará  cabendo à mulher “apenas acomodar-se à mística passiva da contemplação” - recolhidas aos mosteiros e conventos, exiladas do mundo, -  diante da fragilidade da sua condição  feminina”?  como estabeleceu o Concílio de Orleans, no século IX?  

Antes, no século V, o Concílio de Orange, já proibia a ordenação de novas  diaconisas e as que já existiam, deviam abandonar sua situação clerical e voltar ao estado leigo. Ao longo da Idade Média, a vida  para elas se converteu em algo artificial e desumanizador. As sínteses sobre os sacramentos (traçadas pelos escolásticos) eram taxativas com relação às mulheres:  “era de todo, inepta para o exercício ministerial”.

Com este argumento de Santo Tomás, se continua afastando a mulher do pleno exercício do ministério. Se a Igreja não está disposta a conceder as mesmas possibilidades que outorga ao homem, então não terá direito de pregar ao mundo um evangelho que declara:  

“em Cristo e no Reino do Pai não há nem homem nem mulher.”

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

JOÃO FERREIRA DE LIMA O POETA PROFETA

 João Ferreira de Lima era pernambucano de São José do Egito, onde nasceu em 3 de novembro de 1902. Faleceu em Caruaru, Pernambuco, em 19 de agosto de 1972. Além de poeta, era astrólogo. Foi autor do mais célebre almanaque popular nordestino, o Almanaque de Pernambuco, Em 1936, cuja tiragem anual ultrapassou – acreditem - 70 mil exemplares.  Não tem um sertanejo antigo que não conheça o Almanaque, de João Ferreira de Lima. Todo começo de ano vendido e disputado nas feiras livres do interior. Tratava de tudo um pouco: clima, tempo, fenômenos naturais, previsões astrológicas, época de plantio, adivinhações, remédios caseiros, receitas e mezinhas para todo tipo de doença, plantas que curam, previsões sobre catástrofes, conselhos religiosos, além de anunciados de caráter moral. etc.

Muitos outros almanaques surgiram, mas, o do “profeta” João Ferreira de Lima, ganhava disparado. Após sua morte, o Almanaque passou a ser editado por sua filha Berenice, que continuou residindo em Caruaru.


                João Ferreira de Lima

Outro almanaque o “Juízo do Ano , foi publicado por várias década pelo poeta cordelista Manoel Caboclo e Silva, em Juazeiro do Norte - CE, na Tipografia Casa dos Horóscopos. Outro veterano que podemos citar é José Costa Leite, (salvo engano é de Condado, na zona da mata de Pernambuco), que desde 1950 escrevia folhetos de cordel, almanaques e produzia xilogravuras. No seu “Calendário Nordestino”, reunia poesias e previsões (prognósticos para o ano signo do zodíaco). Os almanaques eram lançados pelo interior, no mês de setembro, quando ocorria uma acirrada disputas entre os “profetas do tempo” para garantir o privilégio de lançar suas profecias em “primeira mão”.

O matuto analfabeto, - em sua maioria – sempre tinha alguém por perto para certificar-se se era mesmo o original, e alguém em casa ou vizinho para ler e para consultar as previsões.

 

Na obra de João Ferreira de Lima,  destacam-se, pelo menos, dois grandes clássicos da Literatura de Cordel: “Proezas de João Grilo” e “Romance de Mariquinha e José de Sousa Leão”. Sobre o folheto “As proezas de João Grilo” convém ressaltar o seguinte: João Ferreira de Lima o escreveu originalmente em sextilhas, num folheto de oito páginas, intitulado “As palhaçadas de João Grilo”, por volta de 1936. Em meados de 1948, a obra foi ampliada para 32 páginas na tipografia de João Martins de Athayde, pelo poeta Delarme Monteiro. As estrofes que foram acrescentadas são todas em sextilhas, sendo fácil identificar quais são as de autoria de João Ferreira de Lima. O novo título: As Proezas de João Grilo

Folhetos de João Ferreira de Lima:
- HISTÓRIA DE MARIQUINHA E JOSÉ DE SOUSA LEÃO
- O PINTO PELADO
- CASAMENTO DE CHICO TINGOLE COM MARIA FUMAÇA
- DOIS GLOSADORES - AZULÃO E BORBOREMA
- O MARCO PERNAMBUCANO
- O PRANTO DE JOVELINA, A CRIANÇA QUE MORREU NUMA FURNA MEDONHA
- SERMÃO PROFÉTICO DO PADRE CÍCERO ROMÃO
- PELEJA DE JOÃO DE LIMA COM LINO PEDRA AZUL
- PELEJA DE JOÃO DE LIMA E JOÃO ATHAYDE.

As peripécias do personagem.

“João Grilo foi um cristão

que nasceu antes do dia

criou-se sem formosura

mas tinha sabedoria

e morreu depois da hora

pelas artes que fazia.


E nasceu de sete meses

chorou no bucho da mãe

quando ela pegou um gato

ele gritou: não me arranhe

não jogue neste animal

que talvez você não ganhe. ( jogo do bicho).


Na noite que João nasceu

houve um eclipse na lua

e detonou um vulcão

que ainda continua

naquela noite correu

um lobisomem na rua...

CONTINUA EM PERISCÓPIO