terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A SABEDORIA DE JOSÉ AMÉRICO

Já publicamos vários episódios vividos e contados, do grande nordestino paraibano, José Américo de Almeida. Em  vida, chegou a afirmar que muita coisa  dita e escrita sobre ele era verdade, e outras, eram lendas. É vasto e distante o horizonte, o limite, do que é verdade e o que não é.

Disse há alguns anos:

- “a melhor nota da minha professora foi essa: Nunca mentiu.

Saudando-a  ultimamente, nunca festa que lhe fizeram, eu lhe disse: - Minha querida professora, continue a ter confiança em mim, porque só mentirei um dia quando for necessário. Como fazem os santos”.

 

Então, na dúvida, vamos nos deter naquelas que ele não contestou, conforme o jornalista Sebastião Nery contou que o fato ocorreu mais ou menos assim:

“ – Eram as bodas de ouro de Severino Teixeira, chefe político de Areia, berço de José Américo que estava lá, na festa. E muitos outros políticos do Estado também, João Agripino também. Começaram a beber vinho. Muito frio, o vinho chegando. E foram bebendo, bebendo. (“O João Agripino estava querendo me desbancar, eu aguentei firme, para vencê-lo no copo”, contou depois  José Américo).

Daí a pouco João Agripino fica eufórico, levanta-se, faz um discurso saudando Severino Teixeira. Empolga-se, abraça-o, dá-lhe dois beijos no rosto.

Lourdinha, a secretária de José Américo, fica preocupada com tanto vinho:

- Doutor José Américo o senhor está se sentindo bem?

- Muito bem. Melhor do que João Agripino que já está beijando homem e eu ainda não beijei nem mulher’.


Era a posse dele na Academia Brasileira de Letras, Austragésilo de Athaíde ( “o caboclo” de Chateaubriand), abraça-o.

- Ministro, o senhor está moço, jovem, com saúde. Qual o segredo?

- Viver longe do governo e não aguardar gratidão


“Sumitério e Suminário”

Quando era governador foi inaugurar obras em Antenor Navarro. A cidade estava em festa, vestida de bandeirolas, banda de música, o povo espiando.

O prefeito chama José Américo:

-Governador, está na hora de inaugurar o sumitério.

Não é sumitério, Alexandre. Diga Cemitério!

-Isso é para o senhor que estudou em suminário.


Filosofia de José Américo:

-“ Paraibano não bate palma no meio do governo. Paraibano só bate palma no começo e no fim. No começo de esperança. No fim de pena”.

 

 

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