Li no blog de Suébster Neri de Caicó-RN, a seguinte notícia:
-“Pela
primeira vez, o papa Francisco escolheu uma mulher como subsecretária do
Sínodo dos Bispos, a freira francesa Nathalie Becquart, que será acompanhada
no cargo pelo padre espanhol da Ordem de Santo Agostinho Luis Marín de San
Martín.
Nascida em Fontainebleau
(França) em 1969, a freira, que já era consultora da Secretaria-Geral do
Sínodo dos Bispos desde 2019, é a primeira mulher nessa posição, um sinal de
que o papa quer maior participação de mulheres na vida da Igreja.
Em entrevista aos meios de
comunicação do Vaticano, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Mario Grech,
explicou que “nos últimos sínodos aumentou o número de mulheres que
participaram como peritas ou auditoras e com a nomeação da irmã Nathalie
Becquart e da sua possibilidade de participar com direito de voto, foi aberta
uma porta”.
SINAL
DOS TEMPOS?
Pois
bem. É pouco, mas já é alguma coisa. Discretamente elas vão conseguindo posições mais relevantes na hierarquia da Igreja. Após a leitura, fiquei matutando comigo mesmo, o quanto a Igreja ainda tem
de dívida não liquidada com relação a participação feminina em sua caminhada.
Há
quase 50 anos, mais precisamente em 1972, a Organização das Nações Unidas, -ONU
estabeleceu aquele, como o Ano Internacional da Mulher. O mundo não falou de outra coisa. A promoção da mulher. A Igreja católica não
ficou alheia e indiferente a este acontecimento. Ouviram-se vozes que se levantaram em favor da promoção e da dimensão feminina em seus quadros. De lá para cá pouca coisa mudou na história da Igreja, com relação a
participação feminina.
Quem primeiro levantou a mão?
No
ambiente e nos costumes mais elementares e radicais do rabinismo e a alvidez farisaica,
que desprezava a mulher, quem primeiro, senão Jesus, a levantar a mão e admitir
entre os seus discípulos a presença feminina?
- Lucas escreve:
- “Lhe
acompanhavam os doze e algumas mulheres” – E foram
elas, as únicas que o acompanharam até o seu último sacrifício, mostrando o seu
amor maternal àquele que dava a vida generosamente por todos os homens. Mais
ainda. Elas, Madalena e suas companheiras, as primeiras apóstolas e testemunhas
do anúncio pascal. Não apenas naquela manhã da Ressurreição, mas ainda ao longo
da história do cristianismo, a mulher mostrou-se mais sensível e receptiva aos acontecimentos
e manifestações religiosas. Enfim, a mulher se identificou muito bem com a
mensagem do Evangelho.
A
História comprova que a participação da ação da mulher na expansão da fé cristã
foi relevante na igreja primitiva dos primeiros tempos. Nos tempos de Plínio, Justiniano, Trajano e outros. Mas, depois a coisa mudou de figura.
Será
que continuará cabendo à mulher “apenas acomodar-se à mística passiva da
contemplação” - recolhidas aos mosteiros e conventos, exiladas do mundo, - “diante
da fragilidade da sua condição feminina”?
como estabeleceu o Concílio de Orleans,
no século IX?
Antes,
no século V, o Concílio de Orange, já proibia a ordenação de novas diaconisas e as que já existiam, deviam
abandonar sua situação clerical e voltar ao estado leigo. Ao longo da Idade
Média, a vida para elas se converteu em
algo artificial e desumanizador. As sínteses sobre os sacramentos (traçadas
pelos escolásticos) eram taxativas com relação às mulheres: “era de todo, inepta para o exercício ministerial”.
Com este argumento de Santo Tomás, se continua afastando a mulher do pleno exercício do ministério. Se a Igreja não está disposta a conceder as mesmas possibilidades que outorga ao homem, então não terá direito de pregar ao mundo um evangelho que declara:
“em
Cristo e no Reino do Pai não há nem homem nem mulher.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário