terça-feira, 30 de março de 2021

CHICO HERÁCLIO: O ÚLTIMO DOS CORONÉIS

 Já contamos aqui no blog (folclore político e social) algumas das peripécias envolvendo a  figura do ainda hoje de - respeitada memória - pelos seus conterrâneos. “coronel” Chico Heráclio, de Limoeiro – PE, Aliás, o último deles. conhecido como o Leão das Varjadas. (Francisco Heráclio do Rêgo nasceu em 3.10.1885 e faleceu no dia 17.12.1974). Nasceu, viveu, mandou, desmandou, na política de sua região até aos 89 anos. quando morreu.

Filosofia de Chico Heráclio, quando lhe perguntaram o que era  governo:

- “governo meu filho, é como mulher. Se ela não dá o que você quer, não tem nada a fazer, senão se afastar e ficar sofrendo”.


 








Arquivo Fundaj 

Na lista dos ícones do coronelismo nordestino, é o primeiro. Em Limoeiro quem mandava era ele. Senhor da terra e do fogo. Com ele, só tinha dois caminhos, ou atendia ou morria. Fazia eleição como um pastor. Conforme diz com propriedade o jornalista baiano e ex-deputado, Sebastião Nery.

- “Punha o rebanho de eleitores na frente da casa (o meu gado) e ia tangendo um a um, para o curral cívico eleitoral. Na mão, o envelope cheinho de chapas. Que ninguém via, ninguém abria, ninguém sabia. Intocado e sagrado como uma virgem medieval”.

Depois, o rebanho voltava, um a um da seção eleitoral para a casa do coronel, para comer na mesa grande e farta. Era o preço do voto. E a festa da vitória. Um dia apareceu um eleitor mais afoito:

- “ Coronel já cumpri o meu dever, fiz como o senhor mandou. Levei as chapas e coloquei dentro da urna, direitinho. Só queria saber de uma coisa do senhor, - em quem foi mesmo que eu votei?

 - Você está doido meu filho? Nunca mais me pergunte uma asneira dessa. O voto é secreto.

Chico Anysio se inspirou nele para criar o personagem “O Coronel Limoeiro” em sua homenagem.

Chico Heráclio tinha a quem puxar. Seu avô era o velho José Heráclio ou “Joca da Salina”. O velho sofria de catarata e já não enxergava nada, mas recusava ajuda para andar. Um dia andando pela casa, errou a entrada do quarto e bateu de frente com a cara na parede. O rosto ensanguentado e o velho ali parado, não arredou o pé. Mandou chamar um compadre com umas ferramentas. Mandou abrir um buraco na parede, que desse espaço para ele passar.

Depois que passou, mandar tapar o buraco na mesma hora.

Disse: “ Um homem nunca me fez dar um passo para trás, quanto mais uma parede!”.

domingo, 28 de março de 2021

HÁ 28 ANOS O BRASIL PERDIA JESSÉ

 Em 1993, o Brasil lamentava a perda desse cantor de voz fenomenal chamado pelo nome artístico de Jessé.  Ou, José Florentino Santos, que além de cantor, era compositor  e músico instrumentista.  Porto Solidão, Voa liberdade, Solidão de amigos, entre outros sucessos nas décadas de 80 e 90.


Faleceu vítima de acidente automobilístico no Estado do Paraná, quando se diriga à cidade de Terra Santa, onde iria fazer um show. Um forte traumatismo craniano, foi a causa da morte, depois de ficar em coma num leito de hospital. Nasceu em Niterói, depois a família (evangélica) mudou-se para Brasília. Começou a carreira cantando hinos e louvores na sua congregação. Ao atingir a maior idade mudou-se para São Paulo, confiante no seu talento. Queria conquistar seu espaço no mundo da música. Como era moda na época, resolveu trocar o nome para o inglês, com o pseudônimo de Tony Stevens, tal  como fizeram  naquela  década de 70, Raul Seixas, Fábio Júnior, a dupla Cristhian e Ralf.

Sua carreira ganhou impulso graças ao premio do Festival MPB Shell, com a canção Porto Solidão, com o melhor intérprete. Depois vieram os prêmios do 12º Festival da Canção Íbero Americana em Washington, Estados Unidos, como: melhor interpretação, melhor canção e melhor arranjo, com “Estrelas de Papel” de sua autoria em parceria com Elifas Andreato. A grande voz sempre agradou o público de norte a sul do Brasil. Embora nunca tenha recebido o reconhecimento da crítica especializada.

José Florentino dos Santos, morreu aos 40 anos de idade, no dia 29 de março de 1993 Nesta segunda-feira, há exatos 28 anos. Vamos relembrar Jessé com “Solidão de Amigos”. 


Na coluna Memória Musical,  você pode ouvir outro resgate histórico, bem mais antigo quando Jessé  homenageou o compositor Elpídio dos Santos, fazendo dueto ao lado de Cascatinha, da dupla Cascatinha e Inhana. Com a Ave Maria do Sertão.

 

domingo, 21 de março de 2021

O MIDIÁTICO HAROLDO BARBOSA

 Há 106 anos nascia no Rio de Janeiro Haroldo Barbosa. Fez muita coisa no ambiente do rádio de antigamente. Locutor, contra regra, compositor, redator, humorista,  entre outras atividades. Como músico instrumentista, (tocando cavaquinho) em bailes promovidos no bairro de Vila Isabel. Lá fez amizade com Noel rosa e seu irmão Hélio. Inicou sua carreira no rádio na antiga Rádio Phillips do Brasil. Lá já estava seu irmão, o compositor Evaldo Rui outro grande nome da música brasileira, como letrista de primeira linha. Foi contra regra no programa do Casé o primeiro programa de atrações e auditório. A ponta de rama é sua filha Maria Carmem Barbosa escritora e dramaturga, autora de telenovelas  desenvolvendo trabalhos, especialmente para a Rede Globo. A única dos três filhos que seguiram a carreira artística, influenciada pelo pai, conforme declarou em entrevista.

Haroldo Barbosa tinha verdadeira paixão por corridas de cavalos e era figura permanente no Jockey Clube no Rio, certa época chegou a possuir vários cavalos de corrida. Por ocasião de sua morte, em 1979, o Jockey Clube dedicou a ele um Grande Prêmio. A prefeitura do Rio de Janeiro homenageou o seu filho ilustre com o nome de uma rua.

Entre suas criações  além das mais de 300 versões de sucesso da música internacional destacam-se:

Adeus América em parceria com Geraldo Jacques; Adiós Muchachos;

Adiós  Pampa Mia;  Amor;  Baião de Copacabana (este em parceria com Lúcio Alves); Bar da Noite feita com Bidu Reis.

 E o consagrado Nossos Momentos que vamos reviver na voz da “Divina” Elizeth Cardoso.

Criou programas de humor  inesquecíveis no rádio e na televisão.  Chico Anysio Show – Noites Cariocas – O Riso é o Limite – A Cidade se Diverte – Times Saure – Faça Humor Não Faça  Guerra – Satiricom e o Planeta dos Homens.


Também passou pelas rádios: Nacional, Tupi  e Mayrink Veiga. Nesta última criou um programa  A Praça 11 e a Escolinha do Professor Raimundo com Chico Anysio, que depois passou para a televisão estreando  em 1957 na extinta TV Rio, depois passou pela TV Excelsior e, por fim, na TV Globo.


Quer  saber mais sobre a obra de Haroldo Barbosa? vá na coluna “MEMÓRIA MUSICAL”.


É A CHUVA QUE CAI

 É a chuva que cai gota a gota que enche o rio.” – (provérbio africano)

Este 22 de março é o dia dedicado a água. Foi criado justamente para destacar a necessidade de preservar o mais precioso líquido que temos, que vai ficando mais escasso devido ao desperdício e à poluição. Trazendo como consequência, as mudanças do clima, secas e inundações, afetando as nascentes, rios  e mananciais de água potável, sem a qual nada pode existir.



Em 21 de fevereiro de 1993, a ONU declarou através de Resolução que todo dia 22 de março deveria ser o Dia Mundial das Águas, para ser observado pelos países membros, a partir daquele ano. Dez anos depois, em 2003 foi declarado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional da Água, e, em março de 2005, foi iniciada a Década Internacional de Ação, sob o tema “Água, Fonte da Vida”. A meta era alcançar até 2015, os objetivos acordados em escala internacional no domínio da água e do saneamento e lançar as bases para que se registrasse mais progresso. Pouquissímos países fizeram a sua parte.

Eis um trecho da mensagem do secretário geral da ONU Kofi Annan, por ocasião do Dia Internacional da Água. Dizia:

“Á água é indispensável à vida. Contudo, milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de escassez de água. A poluição, o consumo excessivo e uma gestão deficiente dos recursos hídricos estão contribuindo para a diminuição da quantidade e da qualidade a água disponível em todo o planeta.

Diz-se, muitas vezes, que as crises de água  e os problemas de escassez desse recurso conduzirão, mais cedo ou mais tarde, a conflitos armados. Mas isso não tem necessariamente de acontecer. Os problemas da água têm também contribuído para a cooperação entre os povos e nações. Cientistas, organizações não governamentais e organismos internacionais estão conjugando esforços na esperança de conseguirem melhorar a gestão desse recurso vital” Agora em 2021,  a ONU dá início  à  Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento sustentável. Leia mais na coluna PERISCÓPIO.

terça-feira, 16 de março de 2021

OS VELHOS BAIANOS

 Dos nomes históricos da política baiana temos um dos mais ilustres. Otávio Mangabeira. Nasceu em 1886. Foi vereador, deputado federal em três períodos, ministro de Relações Exteriores, governador e senador. Na política foi tudo que desejou ser. Conhecia todas as manhas em matéria de fazer política. Definia:

- “Política é conversa. Quanto mais as coisas se complicam, mais os políticos conversam”, corroborando o que dizia outro conterrâneo seu, Luís Viana, pai do Luís Viana Filho:

- “Dizem que a situação está embrulhada, um novelo só! Então está boa. Quanto mais embrulhada melhor, se não ficar assim, para que servem os políticos? – Perdemos todos o emprego e a razão de ser. Política é para isso mesmo: para desembrulhar as situações.

Mangabeira sabia como ninguém ganhar e perder.

Exilado em 1930, o ex-chanceler brasileiro estava na Bélgica. Lá se encontrou com um colega chinês, também exilado e ex-ministro. Eram velhos conhecidos de conferências internacionais e a conversa foi espichando. Mangabeira estava inconformado com o exílio e estava surpreso com a tranquilidade e serenidade do colega chinês.

-  O que se deve fazer quando a política vira e a gente perde o poder e o direito de viver na própria pátria?

- Rezar, respondeu o chinês.

Quinze anos depois Mangabeira estava de novo no poder. Mandando!

 

XADREZ AMPLO E CONFORTÁVEL

Quando era governador, recebeu a visita do presidente Dutra. Foram até Barreiras, terra de Antônio Balbino e Tarcilo Vieira de Melo. A comitiva foi saudada pelo agente do IBGE local e rábula famoso na região, José Mariano de Souza.

O orador enumerou todas as obras construídas pelo governador. O hospital, o serviço de abastecimento d’água, o ginásio, “e a nova cadeia, com amplos e confortáveis xadrezes”.

Mangabeira fechou a cara não disse nada. Acabados os discursos chamou Orlando Rodrigues, chefe político do município:

- “Seu Orlando, quando formos embora, mande prender esse orador. Já estive preso várias vezes e nunca vi “xadrez amplo e confortável”. Esse cretino precisa aprender que não se deve elogiar cadeia nem carcereiro.


GRATIDÃO PRESCRITA

Chegou certo dia à casa do senador José Cândido Ferraz e encontrou na sala em grande retrato do brigadeiro Eduardo Gomes:

- Você ainda guarda este santo na redoma?

- Claro, doutor Otávio. É uma homenagem a um grande brasileiro e um gesto de gratidão pessoal.

- Ora, seu Zé Cândido, a homenagem eu compreendo. Mas gratidão política a gente só guarda seis meses. E faz mais de quatro anos que ele perdeu pela segunda vez. Essa sua gratidão, pode ter certeza, já está prescrita!

 

CABEÇA GRANDE

Ulisses Guimarães chegou na Câmara Federal com uma admiração enorme por Gustavo Capanema. Conversava com Otávio Mangabeira.

- Doutor Otávio o senhor não acha que o Capanema é um dos homens mais inteligentes do País?

- Não acho não Ulisses. O Capanema é muito talentoso sem dúvida, mas, muito confuso. E não tem culpa. O problema é a cabeça. Repare a cabeça dele, tem três andares. Até a ideia descer lá de cima e chegar na boca perde-se muito conteúdo.

Em tempo: Quarto ocupante da Cadeira 23, eleito em 25 de setembro de 1930, na sucessão de Alfredo Pujol e recebido pelo Acadêmico Afonso Celso em 1º de setembro de 1934. Octávio Mangabeira (Octávio Cavalcanti Mangabeira), engenheiro civil, jornalista, professor, político, diplomata, orador e ensaísta, nasceu em Salvador, BA, em 27 de agosto de 1886, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de novembro de 1960. (grafia do nome conforme a ABL).

AS CARTAS DO PAI DE HITLER

Caligrafia bem cuidadosa, selos antigos, uma assinatura notória e até selos de cera intactos, essas são as 31 cartas escritas por Alois Hitler. As cartas do pai de Hitler, caídas no esquecimento de um velho sótão austríaco.

                                                                       Foto arquivo / IMAGEM: AFP

Foi previsivelmente cauteloso o escritor e historiador austríaco Roman Sandgruber, ao receber uma mulher que o contatou para dizer que havia descoberto cartas centenárias escritas pelo pai de Adolf Hitler em seu velho sótão.

- “De início, eu estava um tanto cético: sabemos muito pouco sobre a juventude de Hitler e menos ainda do seu pai” – disse o especialista à agência France Press, que “esperava encontrar uma descoberta maluca”.

No entanto, a correspondência amarelada revelou-se autêntica: caligrafia elegante, assinatura coincidente e até selos de cera intactos da época...Sem dúvida, as 31 cartas eram de Alois Hitler.

Isso permitiu ao professor universitário de 74 anos, a  escrever a primeira biografia do patriarca, nascido em 1837 e falecido em 1903, quando Adolf tinha 14 anos. O pai do ditador teve oito filhos de três casamentos. O livro foi publicado em alemão recentemente.

(Continua na coluna PERISCÓPIO)

domingo, 14 de março de 2021

SEU BENÉ O FLAUTISTA

 Considerado um gênio da flauta e dos negócios da música, Benedito Lacerda foi um dos primeiros a acreditar que era possível viver só dessa arte, numa época em que o amadorismo era predominante. Nasceu em Macaé, interior do Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 1903, há 118 anos. Faleceu vítima de câncer de pulmão, pouco menos de um mês de completar 55 anos, no dia 16 de fevereiro de 1958, no domingo de Carnaval, na cidade do Rio de Janeiro. .

Formado em flauta e composição pelo Instituto Nacional de Música, Benedito Lacerda desde cedo mostrou seu valor como intérprete, compositor e líder de classe. Participou de 800 gravações como músico acompanhante, 400, como compositor e 100, como intérprete. Além disso, fez incontáveis programas de rádio e apresentações em teatro, cinema e circo. Se isso não fosse o bastante, lutou pela profissão de músico e pelo direito do autor, ajudando a criar a União Brasileira de Compositores (UBC) e Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). Procuramos mostrar assim, uma parte mas significativa do trabalho de Benedito Lacerda.

Benedito Lacerda e seu conjunto acompanharam estrelas do rádio, como Carmen Miranda, Dircinha Batista e Isaura Garcia. No acervo do blog recuperamos registros do programa de rádio Pessoal da Velha Guarda, de Almirante, tendo Benedito Lacerda e Pixinguinha como atração. E ainda, gravações raras, de 1930, quando, ao liderar o conjunto Gente do Morro, Benedito Lacerda aparecia na flauta e também cantando obras como “Primeira Linha”, de Heitor dos Prazeres, e “Isaura”, de sua autoria.

Vamos homenageá-lo com o samba histórico “Brasil” gravação de Francisco Alves no dueto com Dalva de Oliveira. Composição de Benedito Lacerda com seu parceiro Aldo Cabral. Disco da Colúmbia, nº 55159-A gravado em 18 de agosto de 1939 e lançado em setembro daquele ano.



VENEZUELA À BEIRA DA PARALISIA

 A Venezuela está, mais uma vez, à beira da paralisia. A escassez de diesel tem obrigado a restringir sua comercialização, com impacto direto na indústria e no transporte público, usuários desse tipo de combustível no país vizinho. A escassez causou filas de vários dias nas bombas, gerou protestos de motoristas e complicou o reabastecimento. Este novo período de vacas magras traz de volta memórias ruins. A Venezuela, um país petrolífero, passou por um período de grave escassez de gasolina no ano passado. Em total confinamento por pelo Covid-19, o país foi forçado a um racionamento severo, que foi parcialmente compensado pela importação de barris do Irã, do qual ainda depende. 

A Venezuela tinha 13.000 empresas há 20 anos e, mesmo antes da pandemia, restavam menos de 2.600. Isso explica, em parte, a redução em apenas sete anos do PIB do país para um terço e a pobreza generalizada dos venezuelanos. Mesmo assim, o combustível não é suficiente para o pequeno parque industrial venezuelano. É absolutamente inadmissível que um país petrolífero, como era, uma potência na produção de combustíveis, esteja nesta situação”, afirma Celis. "Nunca foi assim antes, o diesel era algo supérfluo neste país." 

A escassez de combustível também aumentou o alarme de grupos de direitos humanos e ONGs na Venezuela, temerosos de que o transporte de alimentos e medicamentos desmorone e se aprofunde a grave crise humanitária a que se soma a pandemia. Algumas dessas organizações pressionam o governo Joe Biden em Washington a desistir das sanções e permitir a chegada de combustível à Venezuela. (continua na coluna PERISCÓPIO)

 

sexta-feira, 12 de março de 2021

META O PAU QUE “NÓIS” GARANTE

Na acirrada campanha de 1950, entre Juracy Magalhães e Régis Pacheco, aconteceu o seguinte episódio na cidade de Ribeira do Pombal. Juracy fazia um comício e como sempre costumava fazer, no final dos seus discursos, concluía com uma frase em inglês. Um matuto perguntou ao deputado José Guimarães, que estava ao seu lado.

 - O que é que ele está dizendo?

Está xingando a mãe de Régis Pacheco. O matuto grita lá de trás:

 - Pode xingar em brasileiro mesmo coronel. Nóis garante!     

          Juracy Magalhães - arquivo


quinta-feira, 11 de março de 2021

PAÍSES EM ALERTA

O governo da Dinamarca também acaba de suspender o uso da vacina AstraZeneca, no combate ao coronavírus como medida de precaução. A decisão foi tomada depois que foi verificado casos de coágulos sanguíneos em algumas pessoas que foram inoculadas com a vacina, segundo declarou autoridade sanitária do país.

No entanto, adiantou que “é importante observar que não desistimos da vacina AstraZeneca, mas estamos suspendendo seu uso, por precaução. Disse ainda a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que "neste momento não se pode concluir que exista relação entre a vacina e os coágulos sanguíneos".

Na segunda-feira, a Áustria anunciou que parou de administrar um lote de vacinas produzidas pelo laboratório anglo-sueco após a morte de uma enfermeira de 49 anos que sucumbiu a "graves distúrbios de sangramento" dias após recebê-las. Outros quatro países europeus, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo, suspenderam imediatamente a vacinação com doses desse lote, que foi entregue a 17 países e incluía um milhão de vacinas. Ontem, quarta-feira, uma investigação preliminar da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) destacou que não havia ligação entre a vacina AstraZeneca e a morte na Áustria.
Até 9 de março, apenas 22 casos de trombose foram relatados para mais de três milhões de pessoas vacinadas no Espaço Econômico Europeu, de acordo com a EMA.

"É importante ressaltar que não desistimos da vacina AstraZeneca, mas estamos interrompendo seu uso", disse o diretor da agência dinamarquesa, Søren Brostrøm, em comunicado. A EMA acrescenta que “o número de casos de tromboembolias, em pessoas vacinadas não é superior ao observado em toda população”.

(Informes da AFP – Agência France Press).

Como podemos observar foi uma medida super prudente desses países. No entanto, demonstra que a relação risco-benefício continua favorável à vacina AstraZenica, produzida pelo laboratório anglo-sueco em conjunto com a Universidade de Oxford. Foram 22 casos em três milhões de pessoas vacinadas.

 

quinta-feira, 4 de março de 2021

OS CEM ANOS DE ADEMILDE FONSECA

 Ademilde Fonseca Delfino nasceu no dia 4 de março de 1921 e morreu no 27 de março de 2012. Essa cantora potiguar de São Gonçalo do Amarante, - ou Macaíba - como querem  alguns,  encantou o Brasil e o mundo por sua versatilidade em interpretar chorinhos cantados. Por isso merecidamente considerada a “Rainha do Choro”. Fez parte do cast da extinta Rede Tupi por mais de dez anos e seus discos renderam mais de meio milhão de cópias. Fez apresentações em vários países. 

Aos 84 anos, em 2005, participou do programa  A Era do Rádio na Rádio Cultura, apresentado por Carmélia Alves, e produzido por Lia Cravo Albin, cuja edição, na íntegra, dispomos em nossos  arquivos à disposição dos interessados. O programa tem cerca de uma hora de duração. Vamos reproduzir um trecho.


Seu último trabalho musical gravado, foi “Café Brasil” - ao lado de Paulinho da Viola, do conjunto Época de Ouro e outros. Está sepultada no Cemitério de São João Batista, no Rio e Janeiro. Leia mais na coluna Memória Musical.

segunda-feira, 1 de março de 2021

QUEM MANDOU MATAR OLOF PALME?

Na noite gelada de 28 de fevereiro de 1986, 35 anos atrás, enquanto deixava o cinema com sua esposa no centro de Estocolmo, o primeiro-ministro social-democrata da Suécia, Olof Palme, foi assassinado pelas costas. Um único tiro acabou com a vida do líder sueco, referência mundial por seu compromisso com os direitos humanos, justiça social, pacifismo e ambientalismo.

      direitos autoriais: Daniel Simon/GAMMA-RAFHO

Ele nasceu em 1927 em Estocolmo, em uma família rica. Seu treinamento incluiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, onde aprendeu em primeira mão sobre a segregação racial e as demandas dos sindicatos automotivos.
Na Suécia, ele estudou Direito, ingressou no Partido Social Democrata e
viajou pela Europa como representante estudantil. Ele também esteve na
Ásia, onde conheceu o processo de descolonização.
Em 1963 ele entrou no Parlamento; Destacou-se por sua gestão na agência dedicada à cooperação externa e na área de Transportes e Comunicações. Foi eleito primeiro-ministro em dois mandatos, de 1969 a 1976 e de 1982 a 1986, levando seu país às maiores conquistas do bem-estar coletivo. Inevitavelmente, essa postura internacional independente, seu apoio decidido ao desenvolvimento do Terceiro Mundo e medidas como o maior protagonismo na defesa dos dos sindicatos na economia sueca geraram polêmica dentro e fora do país e acabaram cobrando seu tributo em Palme. Foi o que aconteceu com sua derrota nas eleições de 1976, após quatro décadas de hegemonia social-democrata, e talvez com seu assassinato, após ter retomado o poder em 1982.
No entanto, o que perdura é um legado admirado quase universalmente.
Numa era, a atual, de descrédito para a classe política, um líder não se vê todos os dias, com suas luzes e suas sombras, solidário em nível global simplesmente por princípios. Tampouco são capazes de melhorar o bem-estar de sua nação reduzindo a desigualdade e buscando pleno emprego, ao mesmo tempo em que cultivam a eficiência e o crescimento econômico.
Palme foi um visionário. Na maneira como lidou com as questões atuais hoje.
É o caso do risco assumido pelas "forças de mercado" que podem dirigir
"a sociedade com mão de ferro". Para isso, ele prescreveu "uma política de bem-estar construtiva". A sua fórmula: “Uma política econômica que garanta o crescimento mantendo o emprego, defendendo os ganhos sociais, aprofundando a democracia econômica e defendendo o nosso ambiente”.