O folclore social e político do Ceará é um dos mais ricos, desde há muito tempo. Conta Sebastião Nery no seu Folclore Político.
- “Em 1944, Oiama Teles, era “cabo de serviço”
no gabinete do Ministro da Guerra , Eurico Gaspar Dutra, na praça da República
no Rio. Chegou um soldado para servir
também lá.
- Por
que você veio para cá?
- Seu
cabo, eu sou do Ceará, estou aqui no Rio, fui convocado para a guerra, mas não
quero ir, consegui ser colocado para servir aqui no gabinete.
-Como é
o seu nome?
-Armando
Falcão
Ficaram
amigos para o resto da vida. Quer dizer, até o dia em que o Ministro da Justiça
do presidente Geisel, Armando Falcão, chamou Oiama para ser seu assessor de
imprensa e Oiama, jornalista, democrata, devoto de Santa Teresinha e contra a
censura, rompeu com o ministro para não compactuar com a censura à imprensa.
REVÓLVER A GÁS
Crisanto
Pimentel, era filho do velho líder do Partido Social Democrata PSD, cearense,
Menezes Pimentel. Corria o ano de 1958.
Crisanto
oferecia uma feijoada para vários conterrâneos em seu apartamento no Rio. Na
ocasião chegou Virgílio Távora, mostrando um revólver vindo dos Estados Unidos, que acabara de ganhar de
presente do compadre e vice-presidente João Goulart.
-
“Este revólver é a gás não mata ninguém. A gente atira, o sujeito cai e meia
hora depois está de pé. Mas vencido.
Francisco de Almeida Monte, coronel Chico
Monte, deputado e também sogro de Percifal Barroso, que foi ministro e depois
governador, ficou tarado pelo tal revólver a gás.
- “Então é assim Virgílio? A gente atira, o
sujeito cai e não morre? Que beleza. Vou arranjar um.
- Para quê seu Chico?
-
Para depois que ele cair eu retalhar ele na faca.
NA SECA DE 15
O
padre Coelho, vigário de Iguatu, no ano de 1932, pedia ao povo para que rezasse
para chover:
-
Meus filhos, rezemos e tenhamos fé que a chuva há de chegar. Lembre-se que Deus
está no céu.
Lá
no fundo da igreja um velho tossiu e perguntou:
-
“Seu vigário , e na seca de 15 onde é que ele estava?
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