segunda-feira, 5 de abril de 2021

A HORA E A VEZ DE DONGA

 

Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga (RJ, 1899 - RJ, 1974). O pai era pedreiro construtor e tocava bombardino nas horas vagas. A mãe, outra famosa baiana da Cidade Nova, Tia Amélia, gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas e grandes reuniões de samba. Donga frequentava também os folguedos de Tia Ciata, onde se reunia com João da Baiana, Caninha, Sinhô, Pixinguinha, Mauro de Almeida, Buci Moreira, entre outros. Seu primeiro instrumento foi o cavaquinho, que começou a aprender aos 14 anos de idade, ouvindo as músicas de Mário Cavaquinho, de quem era grande admirador. Pouco depois passou a tocar violão.

A partir dos últimos anos do século XIX, as principais cidades brasileiras assistiram ao despertar da consciência das populações mais pobres na sociedade. Até 1888 (Lei Áurea), os escravos eram discriminados a ponto de estarem proibidos de manifestar sua veia musical, a não ser em grupos fechados - e ate clandestinos -. Já como trabalhadores livres da era republicana, eles começaram a disputar lugar na sociedade, o que, no campo do lazer, se evidenciou por uma crescente participação nos festejos carnavalescos.

Em 1928, Donga, organizou a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, conjunto composto só de instrumentos de sopro, criado para realizar gravações na Parlophon, e que acompanhava cantores como Patrício Teixeira e Castro Barbosa. Na Odeon, liderava o grupo que conservava o nome de Orquestra Típica dos Oito Batutas. Em 1928, já com o nome de Jazz-Band Os Batutas, o grupo excursionou pelo sul do país, estreando em Florianópolis. Em dezembro deste mesmo ano, a Orquestra Típica Pixinguinha-Donga gravou "Carinhoso".Continua na coluna Memória Musical.



 

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