O HOMEM QUE COMEÇOU DO “NADA”
É comum
o dito de que fulano começou do “zero”, que sicrano começou do “nada”, em
referência a alguém que alcançou vitórias pessoais, em qualquer área. Pois bem,
um exemplo disso: Neste sábado, 10 de abril, há 30 anos, nos deixava um homem
chamado Antônio Florêncio de Queiroz,
(21
de março de 1926 – 10 de abril de 1991) o sertanejo da “tromba do
elefante”, mais precisamente, de sua querida Pau dos Ferros. Família numerosa, tinha
dez irmãos. Perdeu o pai aos três anos, ficou a mãe cuidando da prole numerosa,
que, obstinada e resoluta não admitia aos filhos abandonar os estudos.
Um cidadão
que tinha uma visão diferente do que significava o futuro do Rio Grande do
Norte. Bem sucedido na política e nos negócios, mas, começou de “baixo” graças
aos ingredientes chamados de obstinação, trabalho e, acima de tudo, educação. Foi
servente de pedreiro, ao lado do irmão José, que era mestre de obras.
Mudou
de atividade e, da mesma maneira começando por baixo. Foi varrer os escritórios
da empresa Sociedade Anônima Mercantil
Tertuliano Fernandes, em Mossoró.
Agora,
os passos seriam os estudos, a continuação do básico, enquanto ia galgando
posições melhores na tradicional e conceituada empresa salineira mossoroense. Dando
provas de sua competência nos negócios, foi designado para o escritório no Rio
de Janeiro. Lá, continuou os estudos formando-se em Contabilidade, em 1952 e
depois em Ciências Econômicas, em 1956.
Posteriormente,
ingressou na política já era empresário vitorioso. Fui conhecê-lo em Mossoró já
deputado federal lá pelos idos dos anos 70, nos estúdios da Rádio Rural. Nas
entrevistas, ao lado do saudoso jornalista Nilo Santos, eu vi daquele homem
elegante seus olhos brilharem com intensidade quando discorria com voz macia e
calma, sobre as potencialidades os projetos que serviriam para alavancar a economia
do Estado. Em especial, a fábrica de barrilha de Macau. Um projeto ambicioso,
um sonho e uma luta árdua que travou ao lado de Cortez Pereira – hoje –
lamentavelmente, um sonho transformado em pesadelo.
Uma de
suas várias conquistas, sem dúvida, foi o porto ilha de Areia Branca. Na política,
foram várias legislaturas com expressivas votações. Só perdeu uma, quando
atendendo a apelos dos amigos resolveu sair candidato a vice, na chapa
encabeçada por João Faustino, nas eleições de 1986. Aliás, não perdeu. Porque o
vice não era votado.
O espaço é pequeno para falar mais sobre Antônio Florêncio, de sua grandeza de homem público, e do cidadão que nunca escondeu suas origens humildes. Pena que poucos de lembrem dele e dos exemplos que deixou.
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