quarta-feira, 9 de setembro de 2020

SETEMBRO - O RÁDIO E A TELEVISÃO NO BRASIL

O Rádio foi introduzido no Brasil oficialmente no dia 7 de setembro de 1922. Há 98 anos. A televisão foi introduzida no Brasil no dia 18 de setembro de 1950. Há 70 anos.


O RÁDIO NO BRASIL
O rádio não necessita  mais construir imagens no imaginário das pessoas, ele passou a ser – graças aos recursos permitidos pelos aplicativos da Internet -, uma tela que cabe na palma da mão. Agora não precisamos mais imaginar como são  as pessoas que falam nos microfones de uma estação, nós a vemos apresentando seus programas. Até pouco tempo, cada ouvinte construía individualmente suas próprias imagens a gente viajava nas conjecturas. O que mudou? O que realmente se modificou no rádio nessa construção da imagem? O que principalmente mudou foi a forma como as pessoas escutam rádio. O cenário atual é de convergência tecnológica e nos traz vários formatos (webrádio, podcasting etc.) é a nova era do rádio digital e como outras coisas, também  está em constante evolução

Dos anos 1920, quando o rádio começou no Brasil, até o final dos anos 1950, o aparelho de rádio ainda valvulado tinha lugar solene na sala de visita de muitas casas. O transistor ainda não havia sido introduzido. Esse invento veio sim, revolucionar pela primeira vez a maneira de se ouvir rádio, com o advento do rádio transistorizado (o rádio portátil).

Havia todo um cerimonial para ligar e desligar. Em muitos lares brasileiros ninguém, exceto o chefe de família, detinha esse controle a hora de ligar e desligar. As pessoas se sentavam em volta do rádio, popularmente apelidado de  “rabo quente”. Então o caráter ritualista  de ouvir rádio como auditório, era tão forte que a produção de imagem na cabeça do ouvinte era uma coisa praticamente já dada, construída.

Então você ligava o rádio e tinha que esperar três minutos para as válvulas esquentarem, depois esse tempo foi sendo reduzido e a primeira coisa que vinha no seu ouvido era o desesperador som dos mil ciclos por segundo. Primeiro um barulho indecifrável antes da música ou da voz do locutor. Então o ritual de ouvir rádio era um ritual de auditório. as casas das pessoas eram mini auditórios. Em algumas regiões do Brasil, apagavam-se  todas as luzes da casa, (a rede elétrica interferia no sinal) as famílias se reuniam e as pessoas tinham que se concentrar no rádio. Na tradicional família patriarcal era muito comum as filhas desesperadas falando para mãe: “Mãe liga o rádio para a gente ouvir a novela.” A mãe dizia: “Não, só o seu pai como chefe da família pode  ligar o rádio.” Era o patriarcalismo machista do interior. 









AS PRIMEIRAS “PR” NO RÁDIO BRASILEIRO 

Leia em Periscópio

TV TUPI Uma linda História de Amor.

Folheando o trabalho de Vida Alves (atriz, apresentadora, diretora e autora, a primeira mulher do primeiro beijo na história da televisão brasileira (15/04/1928 – 03 de janeiro de 2017), TV TUPI Uma linda História de Amor  publicado três anos antes de sua morte, sugere à primeira vista uma história pessoal, uma visão da autora. Mas, ao percorrer o texto, revela-se, em toda a sua extensão, uma narrativa acentuadamente emocional, ao reconstituir cada momento daquele entrelaçamento inicial das artes cênicas e audiovisual brasileira. A obra de Vida Alves coletando depoimentos e relatos de personagens  que viveram essa experiência pioneira na América Latina, nos remete para aquele tempo.

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni)  que viveu esse período da fase pioneira da TV brasileira disse: - “É o phatos – a empatia que aflora da aventura, do sonho e da conquista , transformando-os em paixão. É com esses ingredientes que foi moldada a história da emissora de televisão pioneira da América Latina.

Se a aventura de Assis Chateaubriand permitiu que se antecipasse a criação da televisão no Brasil foi, certamente, o sonho dos diretores, artistas e técnicos que viabilizou a conquista realizada com muita paixão. Paixão que transpirava na doce e redonda figura de Dermival Costa Lima, que explodia na inteligência e energia do Cassiano Gabus Mendes e que contagiava a todos através da sensibilidade dos pioneiros, dos quais Vida Alves é, legitimamente, a grande representante. Sem os depoimentos que ela colheu e arquivou, a epopeia da implantação da televisão brasileira seria apenas uma vaga lembrança. Admiro a persistência de Vida Alves, e tornar este livro realidade explica como e por que ela é capaz de fazer o que faz. O carinho com que Vida Alves se refere a todos os seus companheiros revela claramente sua grande capacidade de amar. Sua missão tem sido impulsionada por esse amor, o que torna muito mais importante, o que Vida Alves está fazendo atualmente pela televisão do que qualquer coisa que ela tenha feito, no passado. E olha que foi muita – como autora, atriz, apresentadora e diretora. Dessa forma, TV Tupi, uma Linda História de Amor não é apenas um documento para aqueles que, como eu, tiveram o privilégio de trabalhar na Tupi. É leitura obrigatória para todos os profissionais de televisão, para todos os estudantes de comunicação e um fascinante relato que interessa a cada um que, pelo menos um dia, tenha dado uma espiada na telinha, ou seja, todo o universo que gravita em torno da televisão. Obrigado, Vida Alves, por manter viva a emoção que é a matéria-prima da nossa trajetória. Viva a Vida.. Alves. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni)”.

"...Vou passar para o papel, com todo o meu amor, a história da implantação da televisão no Brasil. E isso é importante para mim e também para você que me lê. Por quê? Respondo com segurança: Porque nem eu nem você sabemos viver sem televisão e temos curiosidade sobre ela. A televisão foi introduzida no Brasil no dia 18 de setembro de 1950. E de lá para cá foi invadindo todos os lares, todos os cantos, todos os corações, todas as vidas. Para mim, então, que vivi nela e para ela tantos anos, contar sua história é contar uma linda história de amor. Pois não se chama amor aquele sentimento que invade o coração, a alma e preenche a vida? Para começar, então, peço-lhes que me perdoem se eu lhes parecer mais romântica, mais exagerada e mais parcial do que se espera de um livro didático e frio. Não dá. Quem, como eu, carrega dentro de si essa história quase desde o começo da carreira profissional, ao colocá-la para fora o faz com sofreguidão, com entusiasmo".

A PRÉ HISTÓRIA DESSE AMOR - Leia em Periscópio..

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