Ela chegou e veio para ficar. Aclimatou-se e adaptou-se. Aos cantos e encantos deste Brasil sem fim. Que o digam Guimarães Rosa e Mário de Andrade.
“Como no tempo em que tudo era falante, ai,
sei.
De manhã, o rio alto branco,
de neblim; e o ouricuri retorce as palmas.
Só um bom tocado de viola é
que podia remir a vivez de tudo aquilo.”
(Guimarães
Rosa em Grande Sertão Veredas).
“Me acocorei em riba destas
folhas,
catei meus carrapatos,
ponteei minha violinha e em
toque rasgado
botei a boca no mundo
cantando na fala impura as frases
e os casos de Macunaíma,
herói da nossa gente.”
(Mário de Andrade)
Viola caipira, viola sertaneja, dos
cantadores repentistas, viola de cocho,(do Mato Grosso) viola de macete, viola
de Buriti do Tocantins, viola caiçara, viola de pinho, viola de arame, viola de
fandango, pantaneira e outras dezenas de tamanhos e feições, de cinturas acentuadas,
chamadas de meia regra com doze trastes e a padrão com 19 trastes, ou regra inteira, de cintura mais modesta, ligadas
sempre ao formato e as diferentes maneiras de execução. Evoluindo sempre ao
longo do tempo pelos antigos violeiros. Eles que transmitiram ao longo dos
anos, de geração a geração o conhecimento do toque e das afinações. Chegou ao
continente, aos trópicos, – no nosso caso - na colonização portuguesa desde os
seus primórdios. Os espanhóis também a espalharam pelos seus domínios nas colônias
latino-americanas.
De Norte e Sul o instrumento para
acompanhar o canto, profano ou
religioso. Além de outras, temos: "Extremosa Rosa", "Cerro Corá", "Fogo na Morcega", “Rela Chifre” e “Nas veias da Viola”
com Pereira da Viola e o toque mágico de sua viola mineira juntando o canto
das lavadeiras de roupas nas ribeiras dos ribeirões nos vales dos rios Doce e
do Jequitinhonha, com os quilombolas de
sua São Julião. O assunto continua em Memória Musical.
O velho violeiro mineiro Badia Medeiros que faleceu em 2018, residia em Formosa GO. (Foto crédito: Um Brasil de Viola) guia das Folias de Reis com o seu “Fogo na Morcega”.
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