sábado, 22 de agosto de 2020

O PADRE "VIGÁRIO"

 OPERAÇÃO vendilhões 

Chocou a todos  a notícia envolvendo o padre Robson Oliveira Pereira, reitor do Santuário Basílica de Trindade em Goiás. Em especial, os devotos de todo o Brasil, muitos deles contribuintes fiéis das obras de construção do novo Santuário, um verdadeiro colosso de arquitetura. Para muitos moradores de Trindade, no entanto, não foi surpresa nenhuma, muitos já haviam declarado desconfiança das irregularidades só que não tinham como prova-lo.  A tal Associação dos Filhos do Pai Eterno – AFIPE,  - alvo de investigações  na tal ‘Operação Vendilhões - operava  há vários anos com desvio de recursos praticados pelo jovem padre, que se utilizava deles para outros fins: comprar apartamentos, gado de raça, fazendas, emissoras de rádio, até financiar  campanhas eleitorais, entre outras condutas criminosas.

Mensalmente a entidade recebe em torno de 20 milhões de doações vindas de todo o Brasil. Ficou constatado que a entidade movimentou nos últimos anos mais de 2 bilhões. De acordo com a denúncia do Ministério Público. Só nos últimos três anos, o “humilde servo de Deus”

Realizou pagamentos de cerca de R$120 milhões para grupos de empresas e pessoas, gastos que não tinham vínculo com questões religiosas. Embora tenha solicitado a prisão do padre Robson de Oliveira Pereira, a Justiça negou o pedido. Impressionante é o que declarou o corpo jurídico da entidade, a AFIPE: que “não foi pego de surpresa com a operação” e por que não agiu prudentemente?

Foram cumpridos desde o início da operação 16 mandados de busca e apreensão em Trindade, Goiânia, inclusive numa propriedade de luxo vinculadas ao padre Robson.


Natural de Trindade, padre Robson, de 46 anos, é uma figura presente na cena católica. Ele também tem um programa em que promove momentos de reflexão com base em trechos da Bíblia e experiências pessoais, além de conselhos àqueles que pedem orientação religiosa.

O caminho dele para o sacerdócio começou aos 14 anos, quando entrou para o seminário e, uma década depois, se formou padre. Estudou por alguns anos na Irlanda e em Roma, na Itália, onde se formou mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano.

O religioso voltou para Trindade em 2003, como reitor do Santuário do Divino Pai Eterno, cargo que ocupou por 11 anos. Em 2004, ele fundou a Afipe. Entre 2015 e 2019, foi Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás. No entanto, depois disso, voltou à reitoria da Basílica, cargo que ocupa até então.

De acordo com o MP, a operação se originou por conta de outra investigação vinculada ao padre Robson. Conforme o apurado, na ocasião, o religioso, após ser vítima de extorsão, "utilizou indevidamente recursos provenientes de contas das associações que preside".

Um falso hacker chegou a ser condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre, ameaçando revelar um suposto caso amoroso do religioso. Porém, a polícia apontou que as mensagens usadas para extorquir o padre eram falsas.

As investigação sobre o caso de extorsão apontaram que o padre Robson foi extorquido durante cerca de dois meses, entre março e abril de 2017, e que teria repassado parte do valor solicitado usando contas da Afipe. No entanto, na ocasião, a entidade disse que “não teve nenhum prejuízo financeiro e todo o valor já voltou para a instituição”.

De acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por transferências bancárias e entregas em espécie. Os pagamentos eram feitos em quantias de R$ 50 mil a R$ 700 mil. Em alguns casos, o valor era deixado dentro de um carro na porta de um condomínio ou no estacionamento de um shopping da capital. Uma das entregas foi supervisionada pela Polícia Civil a fim de identificar e localizar todos os criminosos.

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