OPERAÇÃO vendilhões
Chocou a todos a notícia envolvendo o padre Robson Oliveira Pereira, reitor do Santuário Basílica de Trindade em Goiás. Em especial, os devotos de todo o Brasil, muitos deles contribuintes fiéis das obras de construção do novo Santuário, um verdadeiro colosso de arquitetura. Para muitos moradores de Trindade, no entanto, não foi surpresa nenhuma, muitos já haviam declarado desconfiança das irregularidades só que não tinham como prova-lo. A tal Associação dos Filhos do Pai Eterno – AFIPE, - alvo de investigações na tal ‘Operação Vendilhões” - operava há vários anos com desvio de recursos praticados pelo jovem padre, que se utilizava deles para outros fins: comprar apartamentos, gado de raça, fazendas, emissoras de rádio, até financiar campanhas eleitorais, entre outras condutas criminosas.
Mensalmente
a entidade recebe em torno de 20 milhões de doações vindas de todo o Brasil.
Ficou constatado que a entidade movimentou nos últimos anos mais de 2 bilhões.
De acordo com a denúncia do Ministério Público. Só nos últimos três anos, o “humilde servo de Deus”
Realizou
pagamentos de cerca de R$120 milhões para grupos de empresas e pessoas, gastos
que não tinham vínculo com questões religiosas. Embora tenha solicitado a
prisão do padre Robson de Oliveira Pereira, a Justiça negou o pedido. Impressionante
é o que declarou o corpo jurídico da entidade, a AFIPE: que “não foi pego de surpresa com
a operação” e por que não agiu prudentemente?
Foram cumpridos desde o início da operação 16 mandados de busca e apreensão em Trindade, Goiânia, inclusive numa propriedade de luxo vinculadas ao padre Robson.
Natural
de Trindade, padre Robson, de 46 anos, é uma figura presente na cena católica.
Ele também tem um programa
em que promove momentos de reflexão com base em trechos da Bíblia e
experiências pessoais, além de conselhos àqueles que pedem orientação
religiosa.
O
caminho dele para o sacerdócio começou aos 14 anos, quando entrou para o
seminário e, uma década depois, se formou padre. Estudou por alguns anos na
Irlanda e em Roma, na Itália, onde se formou mestre em Teologia Moral pela
Universidade do Vaticano.
O
religioso voltou para Trindade em 2003, como reitor do Santuário do Divino Pai
Eterno, cargo que ocupou por 11 anos. Em 2004, ele fundou a Afipe. Entre 2015 e
2019, foi Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás. No entanto, depois
disso, voltou à reitoria da Basílica, cargo que ocupa até então.
De
acordo com o MP, a operação se originou por conta de outra investigação
vinculada ao padre Robson. Conforme o apurado, na ocasião, o religioso, após
ser vítima de extorsão, "utilizou indevidamente recursos
provenientes de contas das associações que preside".
Um
falso hacker
chegou a ser condenado por extorquir R$ 2 milhões do padre,
ameaçando revelar um suposto caso amoroso do religioso. Porém, a polícia
apontou que as mensagens usadas para extorquir o padre eram falsas.
As
investigação sobre o caso de extorsão apontaram que o padre Robson foi
extorquido durante cerca de dois meses, entre março e abril de 2017, e que
teria repassado parte do valor solicitado usando contas da Afipe. No entanto,
na ocasião, a entidade disse que “não teve nenhum prejuízo financeiro e todo o
valor já voltou para a instituição”.
De
acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por transferências
bancárias e entregas em espécie. Os pagamentos eram feitos em quantias de R$ 50
mil a R$ 700 mil. Em alguns casos, o valor era deixado dentro de um carro na
porta de um condomínio ou no estacionamento de um shopping da capital. Uma das
entregas foi supervisionada pela Polícia Civil a fim de identificar e localizar
todos os criminosos.
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