segunda-feira, 30 de novembro de 2020

“HENRICÃO”

 AS VOZES NEGRAS DO Rádio no Brasil

Citamos nas postagens anteriores alguns dos poucos personagens negros de nossa música popular. Seria por demais desnecessário falar de outros inúmeros nomes consagrados como Pixinguinha, Geraldo Pereira, Mansueto, Elza Soares, Ângela Maria, Dona Ivone Lara, Milton Nascimeto, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Zé Keti, Agostinho dos Santos, Lupicínio, Jamelão, Ataulfo Alves, Dorival Caymmi, Cartola... etc etc. A relação é imensa.

Para nos centrar aos que enumeramos, desde a primeira postagem sobre as vozes negras no rádio brasileiro,  - no período áureo do rádio – é a vez de Henrique Felipe da Costa conhecido como “Henricão” devido às suas proporções descomunais, nasceu em 1908 na cidade de Itapira-SP,  o pai era tocador de congada e era acompanhado por ele, “Henricão” e pelos irmãos. Tentou o futebol foi para a capital paulista, não deu certo, enveredou pelo samba e junto com uns peladeiros, criou o clube “Cai Cai”, depois transformado em bloco carnavalesco e, por fim, uma Escola de Samba a tradicional  “Vai Vai” . Carnavalesco como sempre, chegou a ser Rei Momo do carnaval paulista, eleito em concurso o dia 26 de fevereiro de 1984. Não deu para mais ninguém: 1,90 de altura e 150 quilos. Era o Primeiro Rei Momo negro da história de São Paulo.


O popular “Henricão”  no meio musical fez dupla com algumas cantoras. Conheceu no programa de Cezar Ladeira, a cantora Carmen Costa, (detalhes na página Memória Musical) com quem faria a dupla e alcançando o período de maior projeção, chegando a casar com ela. Em 1941, compôs com Rubens Campos um sucesso que nem foi feito para o carnaval do ano seguinte, 1942, mas, uma consagração até os dias de hoje, em todo festejo carnavalesco que se preze. Está chegando a hora. Embora não fosse original, e sim, um plágio de um sucesso musical mexicano, Cielito Lindo. Segundo depoimento de Carmen Costa, a versão mexicana é de sua autoria Faleceu aos 76 anos vítima de AVC (acidente vascular cerebral), em 1984. Meses antes, havia sido homenageado na Câmara de Vereadores de Itapira, onde se despediu dos seus conterrâneos. Vamos reviver Está chegando a hora, na página Memória Musical.

 

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