sábado, 7 de novembro de 2020

O GRANDE TALENTO DE GILBERTO MILFONT

 João Milfont Rodrigues ou Gilberto Milfont (nome artístico que adotou). Esse cearense de Lavras da Mangabeira encantou o Brasil, nascido no dia 7 de novembro e 1922, encantou o Brasil com o seu estilo vanguardista. Um pioneiro do samba-canção, mais elaborado. Segundo o grande crítico e pesquisador musical, Ricardo Cravo Albin,  - “ainda na adolescência, integrou regional onde atuava ao lado de Zé Cavaquinho (Zé Meneses). Contam que sua voz na época se assemelhava muito à voz de Carmen Miranda. Durante o período de dois anos, fase de mudança de voz, afastou-se das atividades artísticas. Já como adulto, seu modelo musical foi Orlando Silva".

Sua primeira apresentação pública ocorreu em 1936, quando se apresentou no programa Hora infantil na PRE - 9, levado por um tio. Em 1938, voltou a se apresentar no programa na PRE - 9. Como os lançamentos de discos feitos no Rio de Janeiro demoravam a chegar ao Ceará, de maneira curiosa, buscou uma alternativa para que seu repertório não ficasse ultrapassado:

Estava produzindo naqueles meados dos anos 40. Seu "Esquece" é uma absoluta obra-prima, em absoluta igualdade de valor com o melhor Tom Jobim, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Durval-Mauricio que são todos filhotes de Gilberto. 

O mesmo Cravo Albin publicaria em 2017 dias antes do seu falecimento no Rio de Janeiro em (13/12/2017) .

 – “Não importa para a história da MPB por quanto tempo mais ele venha a respirar, importa para nós, seus admiradores. Mas o nome de Milfont , já está, há muitas décadas, inscrito no que de melhor se produziu por estas plagas em matéria de música popular adulta e rica”.

Rica, muita rica acima de tudo, foi a seleta discografia que deixou para a posteridade. Imprimia um estilo próprio nas gravações, inconfundível.

É outro injustamente esquecido. Sua mais bela interpretação, a meu ver, e foram tantas, foi Castigo de Lupicínio Rodrigues. Compositor vanguardista romântico deixou, dentre outras, “Esquece”. Sem falar que sustentou a lembrança do carnaval, ao se apresentar, com os remanescentes de ouro da Era do Rádio, na Cinelândia, até idade bem avançada. Pelo menos viveu bastante e, tenho certeza, foi feliz.


Este 7 de novembro marca o nascimento de outro gigante da MPB, Ary Barroso, (Ary Evangelista Barroso, Ubá MG 7 de novembro de 1903 e falecido no Rio de Janeiro no dia 9 de fevereiro de 1964 (60 anos),

em consequência de uma pneumonia, em um domingo de Carnaval, no dia em que a escola de samba Império Serrano lhe prestava uma homenagem com o enredo “Aquarela do Brasil”.

Autor da expressão maior dos “sambas-exaltação” a Aquarela do Brasil, chamada por muitos como o segundo Hino Nacional Brasileiro.  Reconhecimento internacional  aconteceu quando foi indicado ao Oscar de melhor canção original, com a música Rio de Janeiro, do filme Brasil em 1944. Leia mais em Memória Musical.

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