quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

OS 110 ANOS DE NOEL ROSA

 Noel Medeiros Rosa nasceu no RJ em 11 de dezembro de 1910 e morreu no mesmo RJ em 04.05.1937, aos 26 anos vítima de tuberculose. – filho de Manoel Medeiros Rosa gerente de uma camisaria e da  profa. Marta de Azevedo. Sofreu durante toda a sua curta existência as consequências de um parto difícil. O fórceps provocou fratura e afundamento do maxilar, além de ligeira paralisia no lado direito do rosto deixando-o desfigurado, apesar das operações feitas aos 6 e aos 12 anos de idade. Quando era pequeno seu pai foi trabalhar em Araçatuda, interior de SP como agrimensor. A mãe abriu uma escola em Vila Isabel sustentando assim os dois filhos Noel e Henrique. Noel foi alfabetizado pela mãe e aos 13 anos foi para um colégio próximo de sua casa, depois cursou o renomado Colégio São Bento. Era apelidado pelos colegas como “queixinho” e já aos 13 anos, Noel começou a tocar bandolim de ouvido e logo depois violão que aprendeu com seu pai e com amigos da família, como seu primo Adílio, Romualdo Miranda, Vicente “sabonete” e “Cobrinha”. Aos 15 anos Noel já dominava o instrumento tocando em serenatas do bairro.

Noel entrou para a Faculdade de Medicina, mas frequentou apenas dois anos. Dedicando-se daí pra frente ao samba. Era figura presente no “Ponto dos 100 Réis” que ficava em Vila Isabel e local de encontro dos sambistas dos morros carioca. Toda a obra de Noel  tem observação critica e humorística da vida carioca, do cotidiano das pessoas comuns.

Em 1929, aos 19 anos, fazia parte do conjunto Bando do Tangarás formado pelo grande compositor cantor e depois um dos mais importantes radialistas do Brasil, Almirante.. Naquela época resolveu formar esse conjunto voltado para a música nordestina em contraponto a influencia da musica americana, as famosas orquestras de jazz que faziam muito sucesso no Brasil. Então o Bando dos Tangarás formado por Almirante, Noel, Alvinho, João de Barro e Henrique Brito, começou a gravar todas, martelos, cocos, toadas, e Noel para ficar dentro do padrão estabelecido pelo Almirante resolveu fazer algumas músicas. A primeira,  Festa no Céu que é uma toada e foi a primeira música gravada por Noel Rosa, ele ainda vacilante, ainda “verde” como se diz, mas depois dessa primeira gravação ele deslanchou totalmente. Em seguida Minha Viola que é uma embolada naquele formato típico de improviso.

Olivia Byington, cantora, compositora, escritora,  acompanhada da Velha Guarda da Portela, homenageou o poeta da Vila e filósofo do Samba, Noel Rosa,  pelo centenário do seu nascimento que ocorreu em 11 de dezembro de 2010.  Naquele ano,  com o CD intitulado “A Dama do Encantado” como era chamada Aracy de Almeida, a grande interprete do poeta, ao lado de Marília Batista.  O disco não deixa de ser, também, um tributo às duas cantoras preferidas de Noel - Aracy de Almeida e Marilia Batista  - isso fica claro nas 20 faixas do CD lançado pela gravadora Biscoito Fino em 2004. Vamos reviver: COM QUE ROUPA - ORVALHO VEM CAINDO.


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