“Mesmo conservadora e antifeminista, Zilda era empoderada” -
Janeiro
está terminando e vem a nossa lembrança a imagem carismática da doutora Zilda Arns,
a médica que encantou o mundo como gestora de políticas de saúde e fundadora da
Pastoral da Criança. Lutou como ninguém para impor sua agenda mística salvando
menores e desamparados. Morreu justamente num mês de janeiro, em 2010, dia 12.
Estava no Haiti, arrasado por uma onda de terremotos. Estava em missão
humanitária com o objetivo de instalar ali a Pastoral da Criança. Outro
terremoto naquele fatídico dia, sacudiu a capital, Porto Príncipe, matando 316
mil pessoas. Zilda Arns foi uma das vítimas.
Só relaxava e abria o sorriso se estivesse
entre as crianças;
Apoiada
por seu irmão, dom Paulo Evaristo Arns (que faleceu em 2016), seguiu fielmente
os passos da Teologia da Libertação. Fundou a Pastoral em 1983, ao lado do
então presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom
Geraldo Magella.
Zilda, quando menina era apelidada de “Tipsi” ou bonequinha, em alemão. Essa descendente de alemães nasceu em 1934. Os 13 filhos do pai, Gabriel, trabalhavam na olaria da família em Forquilhinhas, no sul de Santa Catarina. A mãe, Helena, era parteira e a inspirou seguir carreira de médica, formando-se em Pediatria. Brigou com Deus e o mundo, melhor dizendo, com alguns dos seus supostos representantes na terra. Insistia pela obtenção de recursos para desenvolver e atender os mais necessitados de sua Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa. A força de vontade, e o senso administrativo eram fortes em sua personalidade.
Ao lado do irmão, dom Evaristo: uma mistura de autocracia e ternura,
missão e martírio;
Fez
campanhas pelo soro caseiro, foi contra o uso da camisinha como contraceptivo.
Foi a única voz discordante na votação da lei que permite o aborto de anencéfalos.
Morreu fazendo o que mais amava – o bem.
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