segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

DE OLHO NO CALENDÁRIO

 Como já estou aposentado, já deveria ter deixado essa aparente curiosidade, ou um vício?  de ficar de olho nos feriados e dias santos do calendário do ano que começa. Mais precisamente naqueles feriados/santificados que se aproximam mais dos fins de semana. Em 2021 vamos ter dois feriadões em abril (Paixão de Cristo) e Proclamação da República em novembro, ambos com as benditas sextas e segundas. Quando eu trabalhava em rádio, onde as folgas são escassas devido à natureza da profissão, no primeiro de janeiro,  - além das costumeiras promessas de ano novo, que nunca são cumpridas – eu já antevia por antecedência, como ia programar minha férias e folgas. 

Na verdade, já começamos com esse do começo do ano. Afinal depois de folgas prolongadas a mão de obra volta mais renovada, mais bem tratada, revigorada, para produzir mais. Os patrões precisam entender também isso, se o seu operário se desgasta demais não terá um melhor rendimento, seja atividade intelectual seja atividade física. Parece brincadeira, mas os japoneses e os ingleses têm mais feriados prolongados do que nós brasileiros. No Uruguai, a Páscoa, por sinal, se comemora uma semana inteira. Nos Estados Unidos então nem se fala, basta previsão de nevar para tudo parar. Vivemos aqui e lá fora numa “dolce far niente” como dizem os italianos (a doçura de fazer nada, relaxar).


“fruta não cai longe do pé”

Uma boa notícia de começo de ano, enaltecer as boas nunca é demais em qualquer época do ano. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, acaba de ser eleito o presidente de Banco Central do Ano. Escolhido por unanimidade entre os diversos países participantes  de evento  realizado e patrocinado pelo grupo do jornal “Financial Times”  da Inglaterra. A escolha ocorreu, segundo a publicação “The Banks”, órgão do grupo, por conta do papel da instituição na economia brasileira ao longo de 2020. Diz o documento:

“No momento em que o mundo todo foi afetado pela pandemia do Covid-19, o Brasil foi um dos países mais atingidos pela crise sanitária. Enquanto as expectativas no início do ano era de que a economia mais robusta da América Latina se contraísse, em mais de 9%, os números foram revistos drasticamente, no final do ano, para cerca de metade disso”. E complementa:

- “A previsão do Fundo Monetário Internacional – FMI, passou de 9,1% para 5,8%”. Ainda, segundo alguns analistas a contração poderá ser ainda menor, algo em torno de 4,5%. Pense numa figura que faz o seu trabalho sem alarde, discreto, sem aparecer nos holofotes, sem aquele perfil do político fanfarrão. Quando ele fala, fala com ponderação e conhecimento técnico da matéria, ou seja, transmite credibilidade.

Não é à toa que é apontado como o Ficha Um, o mais cotado para substituir o ministro Paulo Guedes, numa eventual saída do ministro da Economia. Ou seja, a “fruta não cai longe do pé”, lembrando o avô, o economista e ex-ministro Roberto Campos.


O hábito faz o monge

Como dizia na antiguidade o velho provérbio “O hábito faz o monge” que depois tomou um caminho diferente graças a uma referência do escritor José de Alencar, no ano de 1854. Ou seja, o homem deve ser visto por sua aparência e também, pelos seus atos e condutas. Alencar, contrariando a velha máxima, propôs que o homem é visto por sua aparência e não pelo que é: “Hoje, apesar do rifão antigo, todo mundo entende que o hábito faz o monge. Vista alguém uma calça velha e uma casaca de cotovelos roídos. Embora seja o homem mais relacionado do Rio, passará incógnito e invisível”. (Folhetim Ao correr da pena).  Ontem como  hoje, vale mais a embalagem, a aparência do produto que sua qualidade e o seu real valor.

 

 

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