- “Quando o pasto pega fogo o preá corre pro brejo”;
- “O risco que corre o pau corre o machado”;
- “Não quero que
ajudem o meu roçado, só quero que os bois do vizinho não
entrem nele”
- “Sarney não conhece
o tamanho do meu roçado. De um lado do acero eu grito e ele não ouve do outro
lado, ele que tente”;
- “ Não sou como
Zagalo (treinador) não jogo para empate”
- “ Política no
Maranhão é como bumba-meu-boi, não sai na rua sem mim”.
Nem urubu aguenta
Vitorino foi a
Bolívia chefiando uma delegação do Senado que ia discutir os Acordos do
Roboré (petróleo). Ia ficar oito dias.
Dois dias depois deixou a delegação e voltou. Os repórteres de plantão:
- O que houve
senador? Já terminaram as negociações?
- “Não. Mas eu vou ficar num lugar que tem 4.800 metros
de altura e onde urubu tem dispneia?
Acordo não cumprido
Fez acordo com o
governador Urbano Santos. Acordo não foi cumprido. Mandou-lhe uma carta.
- “Senhor governador, diz o povo que o homem se pega pela
palavra, o boi pelo chifre e a vaca pelo rabo. Supondo que V. Exa. Não tem
nenhum desses acessórios, não sei por onde começar”.
A Força Oculta de Vitorino
José Sarney deveria
ser ministro nomeado por Jango, representando a jovem ala da UDN (União
Democrática Nacional), a chamada de Bossa
Nova da UDN. Tudo combinado, e reunião para o sinal verde. O sábio potiguar
Djalma Marinho, não concordou:
- Só se ele deixar a
UDN.
Na sua coluna o mais
experiente dos jornalistas, Carlos Castelo Branco, informava em sua coluna. “Só
tem uma pessoa que pode vetar o nome de Sarney, Vitorino Freire”.
- Vitorino lê a
matéria e liga para Castelo.
- Olhe, Castelo, eu
faço política em cima de fivela. Não sou do PTB nem da UDN. Se o galho não é meu, não tenho
nada com o macaco, ele pode pular pra onde quiser. O doutor. Sarney pode ser
até ministro da Guerra do doutor Jango.
A UDN recuou e Jango também. (conforme S. Nery)
O cordão “Puxa-Saco” do Maranhão
Guararé era cabo
eleitoral do governador Sebastião Archer. Na convenção do PSD, alguém acusou
Guararé de puxa-saco. Guararé argumentou:
-“ Cada um puxa o saco de quem pode. Eu puxo o
senhor governador Archer - apontando para Sebastião Archer – o senhor já puxa o saco do senador Vitorino
e o senador puxa o saco do general Dutra.É a lei da fidelidade partidária.
Vitorino de Brito Freire nasceu na
fazenda Laje da Raposa, em Pedra (PE), - por muito tempo era conhecida como “Pedra de Buíque” em referência ao vizinho
município ou porque o território pertencera a este – a área urbana é
formada no entorno de uma enorme pedra. Está no agreste pernambucano a poucos km de Arcoverde.
Freire veio ao mundo no
dia 28 de novembro de 1908, filho de Vitorino José Freire, proprietário rural e
pecuarista, e de Ana de Brito Freire. Seus pais descendiam de tradicionais famílias
rivais que disputavam o comando político no interior do estado.
Após fazer o curso
primário do Colégio Gastão Resende, em Arcoverde (PE), interessando-se em
seguir a carreira militar, mudou-se em 1919 para o Rio de Janeiro, onde foi
morar com um parente, o general Antônio Inácio de Albuquerque Xavier, que
assumiu os custos de sua educação. Como não havia vaga no Colégio Militar,
matriculou-se no Colégio Santo Alberto e, no fim do mesmo ano, no Colégio Pedro
II. Ainda estudante, trabalhou no escritório do engenheiro João Proença. Nessa
época, tornou-se amigo da família do então coronel Eurico Dutra, amizade que se
consolidou ao longo dos anos. Conheceu também oficiais que viriam a ocupar
cargos de grande importância, como Alfredo Ribeiro da Costa, Augusto Tasso
Fragoso, Hastínfilo de Moura, Antenor Santa Cruz, além do ex-ministro da Guerra
(1914-1918) José Caetano de Faria.
Antes de terminar o
ginásio, Vitorino Freire voltou a Pernambuco, matriculando-se no Internato Rio
Branco e em seguida no Ginásio Pernambucano, em Recife. Ingressou em 1928 na
Faculdade de Direito de Recife sendo nomeado no mesmo ano, por solicitação do
presidente estadual Estácio Coimbra (1926-1930), oficial-de-gabinete do
secretário de Agricultura Samuel Hardmann.
Veio a Revolução de
1930 aderindo ao movimento chefiado em Pernambuco pelos irmãos Carlos e Caio de
Lima Cavalcanti. Participou junto com mais 17 companheiros da ocupação do
quartel da Soledade, depósito de armas e munições da 7ª Região Militar. À frente,
o capitão - seridoense da gema - Antonio
Muniz de Faria. Ação decisiva para a vitória, com a distribuição de armamentos
aos voluntários civis e militares. Voltou para o Rio de Janeiro, já comissionado
no posto de primeiro-tenente indo fazer parte do gabinete do ministro da Viação
e Obras Públicas, José Américo de Almeida.
Vitorino Freire
exercia esse cargo quando, em 18 de julho de 1934, foi nomeado secretário do
interventor federal no Maranhão, o capitão Antônio Martins de Almeida, que
havia conhecido durante a Revolução Constitucionalista. Em abril de 1937,
casou-se com a maranhense Maria Helena de Oliveira, com quem teve um filho, Luís
Fernando Freire.
Integrou,
a partir de 1939, o gabinete do ministro da Viação e Obras Públicas, João de
Mendonça Lima. É longa a trajetória de Vitorino. Só para ter uma ideia de sua influência, Vitorino
Freire conquistou o poder político no Estado do Maranhão, iniciando então uma
política de características mandonistas — que denominou vitorinismo
—, que cobriu todo o período 1947-1964. Significativamente,
todos os governadores eleitos nesse período seriam correligionários de Vitorino
ou indicados por ele.
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