Vitoriosa a Revolução de 1930, Júlio Prestes e o alagoano Costa Rego, foram exilados para a França. Numa tarde fria, acinzentada, conversavam na beira do rio Sena. Costa Rego estava i consolável.
- Olhe, Júlio, eu entendo que você esteja
aqui. Afinal, você foi o candidato a presidência da República. Eles não iam
querer deixa-lo lá. Mas, eu, pobre político de Alagoas, não era ameaça nenhuma.
Não me conformo.
- Não se conforma por que? todo mundo dizia
que você ia ser meu ministro da Justiça. É verdade que eu nunca tinha pensado
nisso…
- Ora, Júlio, por que você está dizendo isto,
justamente numa tarde tão fria e tão triste? Não custava nada ser amável agora.
CADÊ O DINHEIRO?
Na
campanha eleitoral de 1950, Getúlio passou por Penedo-Al. Dormiu no hotel do
“seu” Calazans, o homem mais rico da cidade. Depois do comício o povo queria
falar com Getúlio, pedir dinheiro. O senador Hidelbrando Falcão, chefe político
de Penedo, resolveu afastar o povo dali, para Getúlio poder repousar e dormir
tranquilo.
- Minha gente, o doutor Getúlio está muito
cansado, e não é direito vocês irem incomodá-lo. Amanhã,
logo que ele viajar, seu Calazans ficará encarregado de distribuir um dinheiro
que ele vai deixar para vocês.
Acabou
o sossego na vida de Seu Calazans. Uma
semana depois teve que passar uma
temporada em Maceió. Ninguém conseguiu convencer o povo que ele não
tinha ficado com dinheiro algum de Getúlio.
De Teotônio Vilela o “frei Damião” da Anistia
Discutia-se:
O Brasil vivia numa ditadura, ou numa democracia relativa, uma democradura? A
abertura deveria ocorrer de forma gradativa ou de uma só vez?
- “Democracia
relativa é como farinha: enche a boca, mas não mata a fome". (disse num momento
tenso do histórico encontro de Teotônio, ainda no partido do governo militar, a
Arena, com o presidente Geisel. - Leia
a respeito nas próximas postagens).
O Apóstolo Teotônio
Não era
apenas o apóstolo da redemocratização. Aplicado discípulo de Cristo, e tal qual
o Mestre, gostava de falar através de parábolas. No Clube dos Repórteres
Políticos do Rio, perguntaram-lhe por que o governo e a Arena tinham tanto medo
de eleições diretas. Ele sorriu e contou:
- “A
vaca do compadre pobre apareceu no pasto do compadre rico. O compadre pobre
pediu ao compadre rico uma corda para tirar a vaca de lá. O compadre rico
desconversou:
- Agora não posso, estou indo para a missa.
Mas,
compadre, o que tem a minha vaca com a sua missa?
- Compadre, quando a gente não quer, qualquer
desculpa serve”.
NEGO "FARSO" OU SINCERO?
O negro
Fidelis era cabo eleitoral respeitado do coronel Juca Sampaio, em Palmeira dos
Índios. Chegou aos ouvidos que o seu adversário Robson Mendes, tinha comprado
Fidelis e os votos. Mandou chamar Fidelis para uma conversa séria, queria saber
se era mesmo verdade.
- É verdade sim “coroné”. Recebi 50 contos.
Eu sou mesmo um nego
farso!
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