domingo, 17 de janeiro de 2021

LAMENTO DE EXILADO

Vitoriosa a Revolução de 1930, Júlio Prestes e o alagoano Costa Rego, foram exilados para a França. Numa tarde fria, acinzentada, conversavam na beira do rio Sena. Costa Rego estava i consolável.

- Olhe, Júlio, eu entendo que você esteja aqui. Afinal, você foi o candidato a presidência da República. Eles não iam querer deixa-lo lá. Mas, eu, pobre político de Alagoas, não era ameaça nenhuma. Não me conformo.

- Não se conforma por que? todo mundo dizia que você ia ser meu ministro da Justiça. É verdade que eu nunca tinha pensado nisso…

- Ora, Júlio, por que você está dizendo isto, justamente numa tarde tão fria e tão triste? Não custava nada ser amável agora.


CADÊ O DINHEIRO?

Na campanha eleitoral de 1950, Getúlio passou por Penedo-Al. Dormiu no hotel do “seu” Calazans, o homem mais rico da cidade. Depois do comício o povo queria falar com Getúlio, pedir dinheiro. O senador Hidelbrando Falcão, chefe político de Penedo, resolveu afastar o povo dali, para Getúlio poder repousar e dormir tranquilo.

- Minha gente, o doutor Getúlio está muito cansado, e não é direito vocês irem incomodá-lo. Amanhã, logo que ele viajar, seu Calazans ficará encarregado de distribuir um dinheiro que ele vai deixar para vocês.

Acabou o sossego na vida de Seu Calazans.  Uma semana depois teve que passar uma  temporada em Maceió. Ninguém conseguiu convencer o povo que ele não tinha ficado com dinheiro algum de Getúlio.


De Teotônio Vilela o “frei Damião” da Anistia

Discutia-se: O Brasil vivia numa ditadura, ou numa democracia relativa, uma democradura? A abertura deveria ocorrer de forma gradativa ou de uma só vez?

- “Democracia relativa é como farinha: enche a boca, mas não mata a fome". (disse num momento tenso do histórico encontro de Teotônio, ainda no partido do governo militar, a Arena, com o presidente Geisel. - Leia a respeito nas próximas postagens).

 


   O Apóstolo Teotônio

Não era apenas o apóstolo da redemocratização. Aplicado discípulo de Cristo, e tal qual o Mestre, gostava de falar através de parábolas. No Clube dos Repórteres Políticos do Rio, perguntaram-lhe por que o governo e a Arena tinham tanto medo de eleições diretas. Ele sorriu e contou:

- “A vaca do compadre pobre apareceu no pasto do compadre rico. O compadre pobre pediu ao compadre rico uma corda para tirar a vaca de lá. O compadre rico desconversou:

- Agora não posso, estou indo para a missa.

Mas, compadre, o que tem a minha vaca com a sua missa?

- Compadre, quando a gente não quer, qualquer desculpa serve”.

 

NEGO "FARSO" OU SINCERO?

O negro Fidelis era cabo eleitoral respeitado do coronel Juca Sampaio, em Palmeira dos Índios. Chegou aos ouvidos que o seu adversário Robson Mendes, tinha comprado Fidelis e os votos. Mandou chamar Fidelis para uma conversa séria, queria saber se era mesmo verdade.

- É verdade sim “coroné”. Recebi 50 contos. Eu sou mesmo um nego farso!

 

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